sexta-feira, 25 de janeiro de 2019



REENCARNAÇÃO É FATO


         Quando criança eu brincava com pedrinhas na varanda da minha casa. Meus pais sempre atentos e zelosos me olhavam sorrateiramente.
         A casa era uma fazenda com uma grande varanda circundada de lindas flores que entrelaçavam nas grades.
         E eu brincava inocentemente. Foi quando, não sei de onde surgiu uma serpente que me picou num relance. Apenas senti uma picadinha em minha mão direita. Comecei a chorar, minha mãe veio e não atinou no que havia acontecido. Ninguém suspeitou que eu estivesse picada por uma víbora. Comecei a me contorcer e a ter convulsões. Fiquei muito mal, quando entrou um senhor que falou para os meus pais que eu estava, ou melhor, fui “ofendida” por uma cobra.
        Não teve solução porque o veneno já estava em meu corpo todo.
        Eu via tudo que acontecia e eu tinha só cinco anos de idade. Faleci.
        Fui levada para o mausoléu da família na cidadezinha próxima.
        Meus pais ficaram desesperados e resolveram se mudar. Eu era filha única.
        Depois se mudaram para a cidade, pois acharam que eu havia morrido por falta de recursos na roça, minha mãe tornou a engravidar de um menino que eu     (na erraticidade) o chamava de Nonô. Esse menino cresceu, tornou-se um rapaz e se casou.
       Meus pais eram idosos e moravam com meu irmão Nonô e sua esposa, pois não tinham como porem outra pessoa para cuidarem deles.
      Meus tios moravam em uma fazenda, não longe daquela em que fui picada pela víbora. Tinham um filho que se casou e não tinha filhos.
       Certa feita, eu ainda na erraticidade, fui chamada ao setor de reencarnações e me foi proposto uma nova encarnação como neta desses meus tios. E eu aceitei. Vim novamente a esse mundo, e quando tinha 16 anos, o filho de Nonô me foi apresentado a mim, reencarnada, como prima.
       Nos enamoramos e casamos.
       Hoje, na erraticidade, eu cuido dos avós de meu esposo que ainda idosos não me reconhecem, mas os amo e cuido deles com todo amor, pois na realidade não são só avós de meu esposo, mas também meus pais, e meu marido foi meu irmão em reencarnação pregressa.
       Conto toda essa historia para concretizar a ideia da reencarnação que não é uma ideia, mas um fato verídico.
       Amo meus pais, amo meu esposo e amo a espiritualidade que aqui me trouxe.
       Obrigada.
       Amo vocês.

       Victoria.
                                                                    
       Psicografia recebida em 2018.                                     
       Médium: Catarina.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019



ORAÇÃO, ALEGRIA DOS MORTOS

Ouço gritos, muitos gritos e eu já não aguento mais, preciso de ajuda, eu preciso de silêncio, eles não me deixam em paz, lamentam muito a minha morte. Estou ficando angustiando constantemente e irritado, não posso estar com eles, sou impedido, o que fazer?  
Sofro em saber da tristeza que todos estão sentindo, sou um homem que muito sofreu, fui dilacerado por uma doença cruel, o câncer, fui derrotado por completo, aonde cheguei ao óbito, sofri dores terríveis e sei que minha família também sofreu comigo. Mas muitas das vezes implorei ao Pai a minha morte, já não aguentava mais tanto sofrimento.
  Minha família chora e sinto a dor de cada um, é como se eu estivesse agarrado neles e entro em desespero, pois não sei como ajudar, sou sempre impedido de aparecer, mas não sei mais a quem pedir por ajuda. Hoje estou aqui nesta casa à pedido de amigos, onde me sinto calmo.
 Quando comecei a falar um pouco do meu sofrimento no começo, eu ainda ouvia os gritos e sentia a dor da tristeza dos meus familiares, agora posso dizer que está muito agradável, estou confortável aqui, me sinto seguro e protegido. Gostaria de agradecer ao acolhimento e pela oportunidade de desabafo, onde me sinto aliviado e esse silêncio que maravilha.
Sei que vou permanecer aqui por longos tempos, tenho muito que aprender, pois não trago nenhum conhecimento do evangelho e principalmente do espiritismo.  Sempre fui um homem muito prático, não ligava para religião, mas não trazia nenhum preconceito. Sabia que tinha um ser superior, onde havia um poder além dos meus conhecimentos e entendimento. Eu não podia dizer que tinha fé, eu aceitava com facilidade as minhas dificuldades, mas nunca fiz questão de religião, orações e preces, sei lá como dizer.  
Muitos oraram por mim, sei que minha esposa pedia misericórdia e piedade a Deus. Hoje sou eu que peço ajuda e esclarecimento a esse Homem que ignorei por não conhecer suas maravilhas.
Muito obrigado, sou Carlos Henrique de Jesus, com 38 anos eu morri devido uma doença cruel, que é o câncer, e sofro por saber e sentir a dor dos meus familiares. Mas sei que agora, pois é o que sinto, com esse amparo poderei ajudar a todos e principalmente a mim.
Muito obrigado.

Carlinhos.     

                                                            
Psicografia recebida em 2018.
             Médium: M. Nicodemos

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019



ABRIGO ESPIRITUAL


          Quando vim pra cá, vim tropeçando e caindo sem saber o que tinha me acontecido. Vi-me sem rumo e sem norte. Só sabia que alguma coisa me tinha acontecido.
          Deitei para dormir e acordei desse jeito. Era um morador de rua, e eu acho que tinha bebido em demasia.
          Parece que minha cabeça não estava funcionando bem. Eu pensava muitas coisas ao mesmo tempo, sem nexo e nem me lembro quem era.
          Fui andando, tropeçando por charcos, por despenhadeiros e num lugar muito emaranhado e sem luz, na penumbra.
          De vez em quando sentia que haviam mais pessoas comigo. Mas eu não as via. Fui andando, andando, até que consegui avistar uma luminosidade. Era uma casa grande de senzala, e muitas pessoas chegavam e saiam. Lá dentro poderia descansar, pois estava muito cansado, com sede e com fome.
          Fui até lá e qual não foi minha surpresa ao ver que aquelas pessoas me reconheciam. Entrei, fui levado a um quarto onde pude me banhar e tomar uma refeição.
          Dormi, tranquilamente, não sei por quanto tempo. E hoje eu ainda estou lá. Tenho uma obrigação a fazer que é receber outros transeuntes como eu, moradores de rua.
          Eles chegam, são auxiliados e depois são levados para outros lugares, onde são tratados.
          Tenho muito orgulho de estar aqui. Já não sinto vontade de comer, nem de beber (pinga), pois eu estou sendo tratado ainda dessas imperfeições.
          Hoje sei o porquê estou aqui.
          Morri de cirrose hepática, por causa da bebida e das drogas.
          Fui para as ruas por minha própria culpa, e hoje sei como é bom ter um lugar onde possamos nos abrigar.
          Peço a Deus por todos que estão ao reles do tempo, estirados numa calçada ou entregue as drogas.     
            Muito Obrigado.
            José.
  
                                                          
          Psicografia recebida em 2018.                                     
          Médium: Catarina.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019



UM EMBRIAGADO AO VOLANTE


A estrada que me leva é muito tortuosa. E eu tenho pressa de chegar.
Vem uma curva, mais outra e mais outra e eu não vejo o final.
Caminho, caminho e caminho e nada que limite o final. É infinito esse caminho tortuoso.
Não sofro, mas me angustio. Quero falar, mas não tenho voz, mas também para que falar se não tenho quem me ouça? Que me vale gritar se não tenho nada a minha frente que possa por fim ao meu tormento.
Ah! Sim, ainda me lembro. Eu estava indo no meu carro, mas houve algo de errado e acho que cochilei. Ouvi um estrondo e nada mais vi.
Acho que não vi nada, mas sinto que algo me aconteceu de extraordinário. Acho que morri! Mas será? Nada senti e nada sinto; só sei que algo me impulsiona a andar e a andar. Mas para onde e por quê?
Estou me sentido perdido. Essa estrada não tem nenhum veículo e nenhum transeunte. Só eu. Por quê?
Se vocês puderem me explicar esse fenômeno:
Estava andando e sem mais nem menos cheguei aqui.
Não lhes conheço e creio que também vocês não me conhecem.
Deem-me uma explicação tangível. Eu morri? E se morri cadê o céu? Cadê o purgatório? O inferno não quero saber, pois acho que não é para lá que vou.
Fui um homem trabalhador e honesto. Gostava de umas biritas e acho que foi por isso que devo ter esbarrado em outro carro ou em algum obstáculo. Eu estava meio chapado... Ia pra casa dormir e no meio do caminho acho que dormi e ouvi o estrondo.
Sim, depois desse raciocínio estou quase certo de que morri, mas se morte é isso, não é tão ruim.  
Mas não gosto da solidão e esse caminho é muito solitário.
Agradeço a vocês e peço: não me levem mais para esse caminho e sim para um lugar onde haja gente. Gente de bem.
Prometo nunca mais me embriagar.

Paulo Fernandes.

                                                           
 Psicografia recebida em 2018.                                     
 Médium: Catarina.