sexta-feira, 20 de setembro de 2019



O  VAZIO  DO  SUICÍDIO

  
O que vamos fazer? Aconteceu. Devemos aceitar o fato e continuarmos nossas vidas.
Mas não foi bem assim que fiz. Continuar a vida depois de perder quase tudo e as pessoas que amo?
Morreram todos em um acidente fatal. Foram carbonizados. Não sobrou nada...
Eu tinha que continuar minha vida? Como?
Perdi minha filhinha que tanto amava, ainda tão criancinha... E minha esposa que era o meu baluarte na vida...
Comecei a pensar, a pensar. Parei de ir ao trabalho, que antes nunca tinha faltado... Mas todos me apoiaram. O chefe me chamou e me disse que eu poderia tirar um tempo de licença...
Foi a pior coisa, pois eu fiquei à toa perambulando. Ia ao bar bebia um pouco, ia para casa e lá não tinha sossego... Pensava em como minha casa era feliz na presença de minha esposa e minha filhinha...
E o pensamento de desistir de tudo povoava minha mente. Mente enferma, pois aquele acidente não aconteceu só com minha família, mas me atingiu profundamente. Era o caos...
Pensei em fugir de tudo, da vida. Se eu morresse acabaria aquele tormento e certamente me encontraria com os amores de minha vida.
E foi o que eu fiz. Derramei um veneno fatal em um copo de refrigerante. Me matei...
Oh tristeza, a principio não me lembro de nada, pois minha cabeça girava em rodopios. Depois comecei a sentir dores atrozes, muita sede e não via ninguém, era o vazio absoluto... Não estava escuro, mas eu não enxergava ninguém, mas ouvia vozes terríveis. Gemidos, dores sem fim. Tudo em mim doía. Parecia que meu corpo era uma chaga só. Comecei a relembrar meus últimos pensamentos. A ingestão do veneno...
Oh eu morri, mas sinto dores? Como assim? Isso eu não sabia, pensava que morrendo sentiria alívio para tudo.
E minha esposa e minha filhinha, onde estão?
Senti desejo de sair daquele lugar com tantos pesadelos, mas meus pés e minhas pernas estavam atolados em um solo lodoso.
Meu Deus! Estou preso nesse lugar... Era assim que eu sentia. Mas o pior era que o solo lodoso exalava um mau cheiro terrível, e comecei a divisar formas humanas irreconhecíveis.
Meu Deus me ajude, O que fazer? Eu não sabia.
Passaram muitas horas, mas nada acontecia. Parecia que eu estava abandonado. O quê fazer?
Dormia, pois o sono era a solução para esquecer que estava ali. Acordava e vinha o pesadelo novamente.
Comecei a rezar para meu anjo da guarda: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...”.
Foi aí que notei a meu lado alguém que era humano como eu, mas que flutuava sobre aquele brejo e me tirou dali, me levando para um hospital, onde eu poderia dormir em paz. Lá outros dormiam, gemiam e exalavam humores pelas narinas, bocas e ouvidos que eram ajudados pelos “enfermeiros”.
Eu também fui tratado, mas depois de muito sofrimento.
Até hoje não reencontrei minha família, mas sei que vou encontra-las quando me recuperar.
Estou deixando essa narração porque sei que estão celebrando “a vida” e tentando evitar o suicídio. Quero dar meu depoimento dizendo: “Por favor, não pensem nem de leve no suicídio. É muito mais sofrimento do lado de lá”.    
 Um espírito suicida que se chamava Joaquim.
                                             
 Psicografia recebida em 2019.                                     
 Médium: Catarina.


sexta-feira, 13 de setembro de 2019



EU FUGI  DA  VIDA 

Eu fugi. Fugi das minhas dores, do meu sofrimento, do medo e de tudo que eu causava a vocês. De todo tormento e angustia eu quis me livrar.
Erro meu achar que a morte acabaria com tudo. Muito pelo contrario, ela enaltece. É só nós com os nossos pensamentos, nossas culpas, nossas apreensões.
Eu errei pai, me desculpa! Talvez tenha causado uma dor a vocês maior ainda ao tirar minha vida. Sei o quanto vocês lutaram por mim. Por isso peço que não se culpem. O erro foi meu.
Jamais poderia fugir da vida que Deus me deu desta forma. Mas só consigo enxergar isso agora.
Estou num lugar me recuperando. Ainda tenho dificuldades e tem hora que parece que tudo volta a tona. Mas uma equipe, verdadeiros amigos estão aqui para me amparar. Eles conversam, me acalmam, oram comigo.
Lembro-me das orações da mamãe e choro. Elas me fazem bem. A lembrança de vocês e do Tuco me fazem bem.
Por isso queria transmitir essa mensagem a vocês, para que os corações de vocês também fiquem tranquilos e não amargurados.
Aqui estou cada vez melhor e estou aprendendo muito.
Sou grato a todo amor, carinho, aprendizado, conversas que tive com vocês. Vocês foram e são meu porto seguro.
Peço que continuem orando por mim, pois assim serei sempre tocado pelo amor de vocês.
Eu amo vocês dois! Estejam em paz e sempre com Deus.
Com muito carinho do seu filho.

Welinton.
                                                        
          Psicografia recebida em 2019.                                     
          Médium: Giuliana.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019



NÃO AO  SUICÍDIO

 

Aquela manhã, depois da noite mal dormida, minha cabeça fervia, ainda sob as fortes emoções vividas nos últimos dias, como minha vida, antes tranquila se modificara radicalmente, estava sofrendo, um sofrimento que me corroía a alma.
Contra a minha vontade, me levantei da cama, aquele dia nem o rosto lavei, troquei rapidamente as roupas, pequei minha bolsa e logo estava na rua, sabia que estava fazendo aquilo mecanicamente, me encaminhava para o escritório que eu trabalhava, andava pelo caminho conhecido mecanicamente, completamente alheia ao que se passava à minha volta.
Nos últimos pensamentos suicidas vinham tomando força em minha mente, pensava, pensava... No entanto não me sentia encorajada totalmente para tal fato.
E andando assim, “no mundo da lua”, alheia a tudo e a todos, não ouvi nada, não vi nada, só vi um caminhão enorme me alcançando. Meu corpo foi jogado longe, soube depois que o coitado do rapaz que estava ao volante entrou em estado de choque, tamanho o horror do acontecimento, soube também que muitas pessoas gritaram, que o rapaz buzinou, mas eu tão absorta que estava nada percebi.
Foi assim que vim parar aqui. Meu corpo morrera, não foi possível nenhum tipo de socorro, o óbito foi constatado ali mesmo, estava meu corpo coberto com um pano que a bondade de pessoas estranhas cobriram para que não ferisse a sensibilidade de quantos por ali passavam.
 Acordei muito tempo depois, me encontrava num lugar sombrio, frio, úmido, com seres estranhos gritando e esbravejando ao meu redor, muitos me chamavam de louca e de suicida, seguidos os xingamentos de risadas sarcásticas, não sabia o que me havia acontecido, nem onde eu estava, parecia estar tendo um pesadelo, e quanto mais me encolhia, mais eles gritavam ao redor.  
O desespero tomou conta de mim, por quanto tempo fiquei ali encolhida naquela posição não sei dizer, quando os gritos se acalmaram e eu conseguia pensar, aí gradativamente comecei a me lembrar do que acontecera. Sim, eu estava na rua, à caminho do trabalho e fui atropelada, entendi que o quê aconteceu foi muito grave, que meu corpo não havia resistido, tinha morrido sim, estava morta, mas tinha plena certeza de não ter me matado, então porque aquele xingamento? Fui vítima de um atropelamento!
Rezei, pedi ajuda à Deus, me lembrei da minha casa, dos meus filhos que lá estavam, chorei, chorei e pedi ajuda à Deus.
Emocionada, vi uma luz se aproximando de mim, era o socorro chegando... Fui recolhida por trabalhadores do bem, recebi carinho e cuidados, mais tarde após estar alojada em um hospital e estar recebendo cuidados indaguei sobre o que tinha de fato acontecido. Me explicaram que sim, eu era suicida, indiretamente, mas era, meu desenlace ocorreu por distração, por estar com a cabeça carregada de pensamentos infelizes e que por isso não vi o caminhão de mim se aproximando.   
Me  falaram do mal que causei ao rapaz que estava no comando do caminhão, o quanto ele estava desesperado,  o quanto tudo o havia abalado.
Chorei, que dor... Nunca quis causar mal nenhum a ninguém, os problemas que me faziam sofrer nada tinham com aquele pobre rapaz. Chorei ao lembrar que meus filhos ficariam sem a presença da mãe, o quanto sentiriam minha falta.
Meus amigos, se relatei isso tudo à vocês não tem outro motivo a não ser de os alertar. Não há nesse mundo, nada que justifique o suicídio, sendo esse direto ou indireto, ninguém tem o direito de se auto exterminar. Minha dor não era a  maior do mundo, existem pessoas que sofrem muito mais, e que ainda lutam por viver.
Quão tola fui, sofri por alguém que sequer merecia minha dor, quanto mais a minha morte. Soube mais tarde que ele sofreu também quando soube da forma que eu havia morrido, que o remorso foi companheiro fiel dele por muitos anos, mas ainda assim viveu até o fim da sua jornada cumprindo assim os desígnios de Deus, enquanto eu regressei antes da hora sem ter cumprido o tempo determinado por Deus.
Juízo meus amigos, não se iludam a vida não termina no túmulo e mais cedo ou mais tarde precisamos prestar contas dos nossos atos.
Força à você que sofre, não se deixe levar pelo desespero, lute, viva, cumpra seu compromisso, lembre-se de que você assumiu esse compromisso com Deus antes mesmo do seu nascimento. Se desembarcarmos antes da hora precisamos retornar e nem sempre esse retorno é feliz. Pensem nisso, tenham fé, força, tudo na vida é passageiro.

Luciana.
                           
            Psicografia recebida em 2019.                                     
            Médium:  Débora S C.