sexta-feira, 26 de abril de 2019



                         SONHO DE UM JOVEM MÉDICO

Sou um jovem médico recém-formado com sonhos e desejos de passar um ano dedicando aos mais necessitados. Gostaria muito de ir para a África, cuidar da desnutrição, doar amor e pegar no colo aquelas crianças, mas meu destino foi outro.
Não deixei de ajudar, sempre tinha em minha agenda um horário para um carente ou um familiar, mas esse horário foi deixando de existir, a minha fama cresceu muito rápido e meu consultório era muito requisitado nos horários para atendimento.
Passei a atender uma vez ao mês os mais necessitados, mas sem que eu me dei conta não havia horário em minha agenda disponível, não percebi que já havia passado dois anos sem nenhum atendimento voluntário.     
Eu jovem com apenas 28 anos já havia em meu nome um patrimônio, consegui o meu consultório que era a minha prioridade naquele momento, depois o carro luxuoso, lógico o mais possante.
Mas um dia deitado em minha cama no meu humilde quarto ainda, eu adormeci e sonhei com outra realidade, onde me via e um lugarejo pobre e rodeado de crianças saudáveis e felizes ao meu redor cantando cantigas de rodas e houve em meu rosto um sorriso que a muito tempo não se via em mim. Acordei com esse sorriso no rosto, corri para a sala e contei para a minha mãe e ela me fez recordar do meu desejo e sonho que deixei num canto esquecido.
Depois daquela tarde não consegui me sentir bem e aquele desejo de estar ali naquele consultório em obras com peças tão caras já não fazia mais sentido pra mim. Resolvi conversar com meus pais a sério. Se eu fosse embora e vendesse o carro e alugasse o consultório haveria dinheiro suficiente para minha viajem, eles ficariam com o aluguel para as despesas da casa que eram minhas por obrigação. Recebi naquele momento o apoio e o incentivo que estava precisando para deixar aquele lugar por um ano somente, e essa foi a condição que meus pais me pediram, “somente um ano meu filho”.
Como filho único sei que eles estavam ali inseguros, contentes, orgulhosos, mas ao mesmo tempo pensando na saudade, na falta da convivência do dia a dia, as comidinhas feitas especiais pra mim, as manhãs de domingos na missa das 07 horas, enfim sei que eles sofreram muito em me deixar realizar o meu sonho.
Fui, viajei com um grupo de voluntários para o “Haiti”, fui com o coração cheio de boa vontade, com o coração transbordando de alegria. No meio do caminho encontramos um grupo de médicos com a missão cumprida e de volta para casa, com o rosto carregado de tristeza, cansaço e principalmente sem esperança. Isso me fez acordar para a realidade que eu deveria encontrar muitas dificuldades, tristezas, apegos e perdas, mas não me deixei abater, voltei a pensar somente nas possibilidades de fazer o bem e curar aqueles que precisavam de imediato.
Minha realidade ali foi tão assustadora que fiquei durante 09 meses, mas diante de tão pouco recurso eu fui me deixando levar pelo desespero, estava com muita fadiga, eu não conseguia dormir. Estudava o tempo todo em busca de uma forma mais econômica e até mesmo recursos similares que poderiam salvar mais.
Trabalhei tanto que não percebi que em mim havia chagas, quando começaram as febres já não havia muito recurso para meus colegas me salvarem. Morri num campo junto com os meus pacientes.  
Realizei o meu sonho, mas hoje sinto que fui egoísta com os meus pais. Sinto suas dores e lágrimas e o remorso por eles terem deixado seu único filho partir.    

Eu sou o Dr. Maurício...     

Psicografia recebida em 2019.
             Médium: M. Nicodemos

sexta-feira, 19 de abril de 2019

EDUCAÇÃO OPRESSORA GEROU O ÓDIO

Fui criada numa educação opressora. Onde se pedia benção aos pais. Onde se obedecia rigidamente todas as regras impostas fora e dentro de casa.
Eu e meus irmãos tínhamos que andar na linha, pois um desvio papai com sua rigidez batia e batia muito e castigava. Obedecíamos por medo e não por respeito. O medo era tão grande que não podíamos ter vida própria, pois vivíamos a vida que ele queria para nós.
Me perguntava todos os dias porque Jesus na sua infinita bondade tinha me dado um pai tão severo e opressor. Mamãe era mais ponderada, mas concordava com ele por medo e não por respeito.
Essa foi a minha vida durante 20 anos até que conheci um rapaz e passei a amá-lo. Gesiel era o nome dele. Muito querido passou a me orientar em como devia ser meu trato com ele. Não pude colocar em pratica essas orientações, pois não conseguia de forma alguma enfrentar papai, o medo sempre foi maior que tudo. Ele era um verdadeiro coronel.
Bem, resolvi apresentar Gesiel a papai, pois se ele descobrisse que estávamos a nos encontrar escondido poderia me matar. Temia por minha vida. Me apeguei muito a Gesiel, pois ele era pura demonstração de carinho e amor. Não saberia mais viver sem aquela pessoa que me apoiava e me amava apesar da pouca idade. Papai ao conhecer Gesiel foi violento. Colocou o rapaz porta a fora e disse que quem escolhia o namorado para filha seria ele. Que casaria com quem ele escolhesse e não com quem eu escolhesse.
Sofri muito, pois passei a ser vigiada e minha vida se tornou muito mais difícil e atormentada. Devido a tanta tristeza fui acometida de uma tuberculose que me deixou meses de sofrimento, até que minha vida teve fim.
Tive que partir para uma nova etapa. Chequei cheia de dores, revolta e tristeza. Já faz muito tempo que ando por aí, a espreita aguardando a chegada daquele que tanto me atormentou. Sei que ele também se foi, morreu, então ele retornará aqui. E eu aqui a esperar.
Não sou vingativa, mas luto por encontrá-lo. Preciso olhar nos olhos dele e mostrar toda minha revolta. Estou aqui sim vagando, sofrendo e atormentada, mas me sinto viva para dizer que o odeio.                            

 Eu sou Fátima de ...   
                           
            Médium:  R. Faria.
            Republicação

sexta-feira, 12 de abril de 2019



FILHO, UM  PRESENTE  DE  DEUS 

 Estou triste, muito triste... Uma tristeza sem fim. Por quê? Você me pergunta. Sou nova, bela, forte, inteligente e deveria me sentir feliz. Mas quê? Eu ando muito triste.
Ando só por esse mundo. Perdi pai, perdi mãe, não tenho irmãos com que eu possa falar de meus desenganos... Nem amigos. Minha tristeza os afasta de mim.
O que devo fazer para que eu me alegre um pouco? Um pouquinho de alegria só...
Foi assim que me sentia, quando ao abrir a porta de minha casa me deparei com um embrulho mal feito. E esse embrulho mexia, esse embrulho balbuciava. Era um nenê. Eu o peguei, procurei de todo lado alguma coisa que justificasse aquele aparecimento tão diferente.
Ele chorava... Eu o desembrulhei. É um menino. Me surpreendi. E chorava de fome.
Busquei em meus armários algo que eu pudesse acalmar sua fome. Só água e açúcar. E foi o que fiz. Coloquei em um recipiente e molhava um pano limpo e fazia algumas gotas caírem em sua boquinha.
Aquela criança me olhava com um olhar nunca visto por mim.
Foi quando tive a vontade de ficar com ele como um filho. Foi o que eu fiz.
Procurei por todo lado sua família e não encontrei.
Confeccionei algumas pecinhas de roupas para agasalha-lo.
Comprei uma cabra de onde eu tirava o leite para amamenta-lo.
Fiquei com medo de achar seus pais, mas não os encontrei, embora os procurasse muito.
Criei aquele menino como meu fosse até a adolescência.
Nunca mais me senti só nem triste.
Acontece que quando ele entrou na puberdade eu desencarnei.
Ele me auxiliou no desencarne e sempre me teve como mãe. Nunca perguntou pelo pai.
Hoje ele já é um senhor, casou-se, tem filhos e eu sempre que posso venho vê-lo.      
Estou há muito desencarnada.
Aqui no mundo espiritual vim saber que esse filho foi enviado por Deus para me tirar da solidão. E foi mesmo.
Quero deixar expresso aqui minha gratidão a Deus e a esse “meu menino” por ter me tirado do fosso. Pois se eu continuasse assim creio que teria me suicidado.
Obrigada a todos vocês por terem me dado essa oportunidade.
Uma irmã que os ama.

Clotilde.
  
                                                                
 Psicografia recebida em 2019.                                     
 Médium: Catarina.

sexta-feira, 5 de abril de 2019


DESAPEGO  AOS  BENS  MATERIAIS
 Meus queridos irmãos em Cristo, muita paz no coração de todos vocês. É com enorme alegria pra mim, que os espíritos superiores hoje me deixam comunicar com vocês.
Quero meus irmãos dar-lhes o meu testemunho, não o testemunho de um espírito evoluído, mas de um espirito extremamente devedor e que por causa de atitudes impensadas sofreu muito.
 Meus irmãos eu quando estive na Terra em minha ultima encarnação fui um espirito extremamente apegado, apegado a pessoas e as coisas, e é isso que quero lhes contar, lhes pedir e aconselhar. Vamos trabalhar em nós o desapego, quanta coisa eu poderia ter evitado se não fosse tão apegada as coisas que de nada, absolutamente me serviram, apego ao dinheiro, a roupas, a joias, a tudo.
Vamos tentar enquanto estamos por aqui desapegar-nos das coisas, muitas delas guardadas inutilmente por nós, que podem estar fazendo falta a um irmão que nada tem. Roupas demais guardadas no armário não vestem ninguém, já que ninguém usa mais que uma roupa por vez, quantos andam descalços enquanto nós muitas vezes acumulamos pares e pares de sapatos, quantas pessoas poderiam se alimentar com o que nos sobra à mesa.
Quando regressei pra cá vi como fui fútil e egoísta guardando tudo, me apegando a tudo que possuía. Às vezes olhava todas as minhas “joias” e pensava: Que bom! É tudo meu, conquistei tudo isso e outras coisas mais, meus imóveis, pra quê?  Se só podemos morar num lugar de cada vez.
Desapegar essa é a melhor forma de sermos felizes, nada nos pertence, tudo a nós foi dado por empréstimo, quando partirmos daqui não levamos absolutamente nada de material, nem mesmo o nosso corpo nos pertence, quando regressarmos ele é entregue a terra para que ela de fim, mas o nosso espirito não, ele somos nós, é a nossa essência.
Por isso meus irmãos vamos cultivar as coisas do espírito, vamos nos apegar ao bem, ao amor e a caridade, esses bens sim podemos trazer conosco, e como eles fazem falta na nossa bagagem, como chegamos aqui vazios se não cultivarmos as coisas espirituais.
Não nos apeguemos as coisas, mas também não nos esquecemos de que não podemos também nos apegar em excesso a pessoas, elas também não nos pertencem, convivemos com elas, vamos amá-las, mas sem apego demasiado. Deixemos que as coisas e pessoas não nos façam sofrer por apego.
Vocês podem pensar em que estou sendo muito radical, quando digo do apego pelas pessoas, é óbvio que amemos nossos familiares, nossos amigos, mas não temos o direito de prendê-los a nós com excesso, vamos amar e nos apegar as pessoas, mas ponderadamente, racionalmente.
Cuidemos irmãos de mudar de atitude enquanto nos é possível, não quero que vocês passem o que passei. Regressem com a bagagem lotada de valores espirituais, essa a melhor forma de chegar aqui.
Vamos procurar pensar nos valores espirituais acima de tudo o que é material e perecível. Desapeguemo-nos de tudo o que não vamos trazer pra cá porque aqui sim é a nossa verdadeira morada.
Quanto sofrimento poderia eu ter evitado se não tivesse cultivado tanto os bens materiais.
Viver feliz é viver em harmonia com Deus e com a natureza, viver feliz não é cultivar bens matérias.
Desculpe se fui muito dura ao dizer-vos isso, já que estando encarnados ainda necessitamos muito desses bens, mas não deixem que eles tomem conta da sua alma.
Desejo que vocês não sofram o que eu sofri.
Muita paz, que Jesus ajude a todos vocês em sua caminhada nessa escola que é a Terra.
Um espirito amigo, que infelizmente não soube se desapegar dos bens matérias quando teve oportunidade.  
                          
            Psicografia recebida em 2019.                                      
            Médium:  Débora S C.