O APEGO A PESSOAS FAZ MAL
Apego, ah o apego! E não falo do apego
material, do apego ao dinheiro. O apego que falo é o apego a pessoas.
Passo agora a
contar-lhes a minha história. Conheci meu marido, o grande amor da minha vida,
ainda muito jovem e logo nos apaixonamos, que amor sentíamos um pelo outro.
Namoramos alguns anos e como meu amado desde bem jovem trabalhava com o pai em
promissora empresa, logo tivemos condições de realizar nosso sonho. Casamos num
dia lindo, pra mim o mais lindo que vivi.
Vivíamos
felizes, muito felizes, logo alguns poucos anos depois nasceu nossa primeira
filha, linda e muito amada. Alguns anos mais tarde Jesus nos presenteou com
mais uma filha, tão linda e amada quando a primeira.
Que vida
feliz tínhamos, eu vivia pelos três e meu marido sempre muito carinhoso
dava-nos amor incondicional.
Devido ao
trabalho na empresa tínhamos vida confortável, tínhamos condições financeiras
que podia nos propiciar muitas coisas, viajamos com frequência e tudo era
alegria e prazer.
Acompanhávamos
o crescimento das nossas meninas. Eu poderia ter quem cuidasse da casa e das
refeições, tinha sempre alguém a me auxiliar, mas mesmo assim fazia questão de
estar no controle de tudo, cuidando com amor do meu companheiro e das minhas
meninas que já se tornavam lindas moças. Mesmo com tantos anos juntos eu e meu
marido vivíamos como eterno namorados.
E assim a
vida ia passando.
Um dia tive
uma dor de cabeça alucinante, nunca tinha sentido uma dor de proporção tão forte.
Fui imediatamente levada a emergência de um hospital e após exames constataram
que eu estava com um aneurisma e precisava de intervenção cirúrgica imediata. Consegui
ainda que meio zonza entender a minha situação, via no olhar do meu marido um
desespero muito grande e nas meninas um choro desesperado de medo, ainda
consegui consola-los, dizer que logo eu estaria bem e que tinha certeza de que
Jesus me restabeleceria a saúde.
Assim segui
rumo a sala de cirurgia. Daí pra frente já não mais sabia de nada, perdi
completamente a consciência. Tempos depois acordei em um quarto de hospital, vi
uma enfermeira que me olhava carinhosamente, logo lembrei-me o que havia
acontecido. E uma felicidade tomou conta de mim, então eu havia acordado e com
certeza a cirurgia teria sido um sucesso, logo perguntei pela minha família e
solicitei que eles fossem avisados que eu havia acordado e que viessem me ver.
A enfermeira sorriu-me um tanto diferente e me disse que isso não seria possível,
e de indagação a indagação acabei entendendo o que aconteceu. Tinha morrido!
Não, não podia ser verdade, desesperada gritei, chorei e acabei adormecendo, e
assim os dias foram se passando até que consegui entender definitivamente que
nada mais podia ser feito.
Estava num
lugar de tratamento e me convinha ficar ali, para que pudesse me recuperar, mas
aí veio a saudade, o desespero e de repente me vi em minha casa, via a tristeza e dor naquele ambiente
antes tão feliz, vi os três juntos a falarem em mim e como seria a vida deles.
Meu Deus, acho que foi o pior momento que vivi, resolvi então que eu ficaria
ali, continuaria no meu lar com os que eu tanto amava.
Mas as
coisas não funcionam assim e a cada vez que eu me aproximava do meu marido, ele
ficava pálido e acabava deitado na cama sentido imenso mal estar. A mesma coisa
acontecia com as meninas, elas eram invadidas por uma tristeza sem limites e eu
cada vez mais apegada aquele ambiente que não mais me pertencia. Muitas vezes
fui amparada e aconselhada por espíritos amigos a ir com eles a deixar aquela
casa. Que dor sentia quando acontecia isso.
Até que
algum tempo depois uma das meninas, a mais nova, entrou em depressão profunda
para loucura da mais velha e do meu marido que já não sabiam mais o que fazer
para que ela recuperasse. Ver minha menina naquela situação doía-me a alma.
Só depois de
passar por isso, foi que resolvi atender aos apelos da minha vozinha que
implorava para que eu a acompanhasse. Resolvi então seguir com ela e pude ver a
minha filha se recuperando e a alegria devagar retornando na vida deles, mesmo
com muitas saudades de mim.
Continuo
amando-os muito, continuo recebendo dos três enorme amor e lindas preces que me
reconfortam. Aí digo pra vocês, amar é muito bom, mas não com tanto apego, Deus
tem planos distintos para cada um nós, eu regressei, mas eles continuam e
precisam seguir em frente, o meu tempo com eles fisicamente acabou, mas a vida
deles tem que seguir em frente.
Quanto
sofrimento teria sido evitado se esse apego imenso não existisse.
Meus amigos
o apego excessivo não é positivo não, somos seres individuais e temos que
atentar para isso.
Quanto sofrimento,
quanta dor passei por não entender isso.
Luíza.
Psicografia recebida em 2019.
Médium: Débora.