segunda-feira, 29 de setembro de 2014

QUE VIDA VAZIA FOI A MINHA

 Passei minha vida toda sem me preocupar com as coisas de Deus, sempre achei que por ter uma vida financeira muito confortável não precisava rezar, de procurar Deus, afinal eu tinha absolutamente tudo o que o dinheiro podia comprar.
Nasci num lar muito abastardo, fui dono de uma inteligência notável o que ajudou a aumentar mais e mais a fortuna que já possuía ao nascer. Aos 25 anos já era médico e comecei a minha carreira que ia de vento em polpa, era um bom médico, procurado por muitos para que pudesse receber os diagnósticos que na maioria absoluta das vezes era certeiro, com isso fui ficando mais e mais conhecido, a clientela aumentando e as finanças cada dia melhores.
Aos 45 anos já tinha um patrimônio muito maior que a minha herança que não era pouca coisa. Atendia com muita dedicação, mas só atendia pessoas com posses, nunca me preocupei em dar algumas horas do meu dia para auxiliar doentes que não podiam pagar pela minha consulta, afinal meu tempo era pouco para tanto doente rico.
Até que um dia saí em férias com minha família, viagem muito prazerosa, melhores hotéis, e como de costume tudo de melhor, de mais sofisticado e de mais caro.
Meus dois filhos adolescentes também como eu já nasceram em “berço de ouro”, nunca souberam o que era ter uma vida modesta. Minha esposa, mulher rica igualmente a mim, também se acostumara já desde a o nascimento a viver com o maior conforto.
Morávamos em casa luxuosa, carros do ano, fazenda e muitos outros patrimônios que não cabe aqui narrar, pois que além de desnecessário hoje sentiria até vergonha em contar tudo o que eu tive e o quanto não fiz nada em beneficio do próximo, atendi a todos, mas todos esses pagavam pelo meu atendimento, portando nada de útil até aí, já que era remunerado por todos os atendimentos.
Mas voltando a viagem, estávamos já de regresso, o passeio fora maravilhoso e voltamos felizes da vida com o carro cheio de compras, de coisas fúteis que provavelmente nem chegaríamos a usar, já que isso era muito comum, comparávamos pelo simples prazer de gastar.
De repente vi uma luz muito forte vindo em direção ao meu carro, e aí vocês podem imaginar, naquela hora eu bruscamente perdia o meu corpo físico.
Quando chequei aqui e me dei conta do acontecido fiquei muito nervoso e a dor tomou conta de mim. Só eu perdera o corpo, minha família se salvara.
Foi tudo muito difícil, queria comprar tudo e pagaria o quanto fosse preciso para solucionar qualquer problema. Pobre de mim, de nada adiantara tanto dinheiro, ali eu era igual ao mais pobre dos homens. Como entender essa nova situação, foi aí em meio a esse turbilhão de emoções que vi quanto fui inútil, o quanto podia ter feito e não fiz, o quanto poderia ter matado a fome de muitas crianças e eu nada fiz.
 Que vida vazia foi a minha. Que tristeza senti, que remorso e acima de tudo que vergonha. Hoje vejo os meus filhos aí fazendo o mesmo que eu e não consigo abri-lhes os olhos. Meu Deus como gostaria que tudo tivesse sido diferente e por culpa minha tudo foi tão sem amor.
Voís que possuis fortunas aproveitem à oportunidade de ajudar os menos abastados, tem muita coisa a ser fazer, viveis uma prova deveras difícil. Ser pobre é muito mais fácil do que ter tantas posses sem nunca ter matado a fome de ninguém.
Quanta comida desperdiçais que poderiam alimentar crianças famintas. Não façam como eu, acordem para Deus enquanto ainda estais aí na Terra para que a bagagem de vois ao retornares não seja vazia de virtudes.
Como queria que meus dois filhos enxergassem isso, tento em vão incutir-lhes essas idéias. Tarde demais o exemplo que deixei fala forte no caráter dinherista deles.
Muita luz, que Jesus os proteja.

                                 Antonio.                                                                  
                                                            
 Psicografia recebida em Reunião Mediúnica setembro de 2014.                                     

 Médium:  Débora   

domingo, 28 de setembro de 2014


APRENDI A ME AMAR

Nunca fui de expressar meus sentimentos. Por várias situações que vivenciei cortava meu coração suportar tais sentimentos, mesmo em situações de alegria não demonstrava.
Fui obeso desde a infância, apelidos como “João bola”, “redondinhia”, “pirulitão” e outros faziam com que lágrimas brotassem em meu coração, mas pelo olhar demonstrava desprezo. Até que um dia me revoltei com a família e com o mundo. Não me importava com sentimentos e dores alheias justamente por saber (seria mesmo saber?) conviver com eles.
De uma pessoa desprezada e amarga me transformei em desumano. Realizei atrocidades nas quais me envergonho e chegou o dia que tomei a pior decisão: - se  ninguém me para , hoje acabo com tudo. Isso acabei com minha vida.
Levei muito tempo para perdoar, reconhecer toda minha vida e me perdoar. Neste momento consegui lembrar de Deus e pedir socorro. Não sei quanto tempo levei, mas ao despertar das trevas que eu mesmo construir cheguei a encontrar com um grupo de amigos e hoje, nesta casa de bênçãos deixo meu depoimento para que talvez um dia vocês possam ter conhecimento de todos os atendimentos ou atenção que depositaram a tantos irmãos que aqui chegam com amargura nos corações.
 Talvez vocês pensem que fazem pouco, mas acreditem que a amargura é capaz de destruir qualquer sentimento elevado e só com muito esforço somos  capazes de tornarmos espíritos melhores...
Foram amigos e irmãos como vocês que me amparam, me tiraram das trevas e aqui me trouxeram. Tenho muito que agradecer a todos.
Sim, sou gordo, preferi me apresentar dessa forma, pois aprendi a me amar.
            Fiquem na companhia do grandioso Pai.

                    Ricardo.                                                            
                                                          
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia agosto de 2014.                                     
            Médium: Claudia.   

sábado, 20 de setembro de 2014


EU NÃO LEMBREI DA MINHA MÃE

Sou um total desconhecido, sou uma pessoa muito solitária, vivi nas ruas em total miséria, mas tive um pouco de amor que foi muito importante para mim, o da minha mãe. Quando criança sempre vinha ao meu encontro com uma palavra de amor e esperança, como se isto fosse encher nossas barrigas de comida, mas coitada muito simples e foram estes jeitos de simplicidade que ficaram em meu coração durante toda minha vida adulta.
Quando já não podia viver no mesmo teto que minha mãe e meus irmãos, resolvi ir para as ruas e enfrentei tudo com muito sofrimento e medo, mas consegui ter uma vida fora do vício por um determinado tempo. Mas já cansado de viver sozinho e não queria voltar para casa, conheci o crack e é como se eu assinasse o meu óbito naquele momento em que não tive a lembrança da minha mãe me dizendo o quanto me amava e tinha muitas esperanças em mim. Ela queria que eu fosse um grande homem, naquela noite eu não lembrei da minha mãe, era como se eu não fosse eu e sim um louco habitando em mim e que tomasse conta do meu ser, do meu corpo, é louco, mas é como eu me senti no dia em que aceitei a pedra (crack), o meu fim. Eu não vou dizer mais nada, o fim você já sabe, pois já estou aqui deste lado.
Eu sou um desconhecido que resistiu até o último momento e num momento de fragilidade, ou melhor, de pouca fé que pois fim em minha vida. Hoje tenho esta oportunidade e estou aqui contando minha história, de um menino que nasceu na pobreza e teve o amor de sua mãe e exemplo constante de boa conduta, mas acabou nas drogas por um momento de fraqueza. Se eu não tivesse esquecido de minha mãe talvez  eu teria sido este homem tão grandioso que ela sempre sonhou.
            Tenho meus olhos cheios de lágrimas neste momento, pois sinto muito a presença de minha mãe, mas não me foi dado o direito de vê-la ainda.
Obrigado por deixar eu um simples desconhecido expor os meus sentimentos e fraquezas e que vocês nunca esqueçam do amor de suas mães, pois, pode salvar suas vidas e não deixar que caia na tentação.

                                  Obrigado.                                                                                   
                                  Um desconhecido.

Psicografia recebida em Reunião Psicografia julho de 2014
            Médium:Nicodemos

domingo, 14 de setembro de 2014


NÃO POSSO FALHAR

Há muitos e muitos anos venho me preparando incansavelmente para minha nova tarefa.
Em breves dias estarei de regresso à Terra para que eu possa colocar em prática todo o preparo que recebi por aqui com ajuda incessante de amigos espirituais por tanto tempo.
Minha encarnação se dará em um lar muito humilde e com muitas dificuldades financeiras, mas onde predominará a retidão e o amor. Terei como mãe uma jovem que ao se envolver com um homem comprometido me conceberá. Jamais conhecerei o meu pai. Terei a ajuda incondicional dos meus avós que embora de origem humilde são espíritos muito evoluídos. Minha mãe viverá por mim.
Consegui essa oportunidade e em pouco tempo terei que experimentar novamente o cárcere no corpo. Dessa vez eu não posso falhar, farei o máximo possível para não desapontar meus instrutores, mas confesso a vocês que eu estou com medo, muito medo, sei que não será fácil. Aqui deixarei meus afetos e aí reencontrarei com muitos outros, aos quais preciso reparar muitos débitos do passado.
A jovenzinha que me receberá por filho é espírito muito afim e a alguns anos partiu daqui com o propósito de me receber, ela se propôs  a isso para me ajudar devido ao imenso amor que nutre por mim.
Peço forças a Jesus para que Ele interceda junto a Deus por mim, para que ao chegar na Terra, nesse enorme Planeta escola, eu possa corresponder a todas as expectativas que tenho em relação a mim mesmo e que eu não decepcione aos que me aguardam com tanto amor.
        

                    Heitor.                                                             
                                                          
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia setembro de  2014.                               
Médium:  Débora.   

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ANJINHA  DOURADA

Ana, esse era o nome que me deram quando nasci, escolheram esse nome em homenagem a avó materna da minha mãe.
Eu era um lindo bebê, loirinha de cabelos cacheados e alhinhos muito azuis, de um azul tão intenso que parecia uma conta. Todos me chamavam de anjinha dourada. Tive a alegria de nascer num lar onde fui recebida com muito amor, todos me amavam e fui uma criança muito feliz.
Até que certo dia quando eu completava cinco anos (comecei a adoecer logo após meu 5º aniversário) apareceram os primeiros sintomas da leucemia. Com o diagnóstico em mãos meus pais fizeram de tudo, como tinham condições financeiras muito favoráveis puderam procurar os melhores especialistas, estive fazendo tratamento até no exterior, tudo foi feito para que minha vida fosse preservada.
Minha mãe sofria amargamente a me ver definhando a cada dia, como uma linda flor que perdendo o viço vai murchando. A comoção era geral entre todos os familiares, todos sofriam ao ver a minha situação.
De uma linda menina gordinha com cachinhos dourados, virei pele e osso e os cachinhos diminuíram a cada sessão de quimioterapia.
Até que chegou um dia que o meu corpinho muito fragilizado já não podia suportar mais a doença que o corroia dia a dia, enfim não mais podendo suportar, chegou a hora do meu retorno à Pátria Espiritual.
 Senti saudades, mas a vovó Ana me acolheu com o maior carinho e tudo foi se ajeitando. Pouco a pouco fui tomando consciência de tudo e o meu corpo embora frágil e infantil abrigava um espírito velho e cheio de equívocos do passado. Compreendi e logo já não era mais aquela criança, já conseguia raciocinar como um adulto.  
Minha mãezinha sem conseguir se conformar com minha perda, com dor imensa não suportou e erradamente pensando em vir ao meu encontro acabou por tirar a própria vida.
Há muitos anos os fatos aqui relatados aconteceram e até hoje ainda não consegui revê-la.
As mães que sofreram a dor de terem perdidos seus filhos, dedico esse relato a vocês!
Nunca pensem que abreviando suas vidas vocês irão encontrar seus anjos que partiram. Suas crianças regressaram por determinação de Deus. Com toda a certeza serão acolhidas como eu fui.
 As mães que partem naturalmente estarão sim juntas dos filhinhos quando retornarem a Pátria Espiritual.
Agora afirmo-lhes, quem volta através do suicídio pensando encontrar seus amores, não se esqueçam do que lhes disse.
Tudo isso aconteceu a muitos anos e até hoje sofro tentando resgatar minha mãezinha da sua enorme perturbação, mesmo com todo esforço despendido por amigos espirituais ela ainda não conseguiu estar comigo.
 Pensem, todos nós temos a hora certa do retorno que é determinada por Deus. Somente Deus!
Muita Luz.
                    Ana.                                                             
                                                          
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia agosto de  2014.                                     
            Médium:  Débora.

sábado, 6 de setembro de 2014


PAI QUERIDO

Pai querido,
Eu te peço perdão por tudo que te fiz passar enquanto permaneci em sua companhia. Você certamente pode compreender a razão por eu não ter estado tão presente em sua vida, porque não mantínhamos uma relação tão cordial e porque não éramos amigos confidentes. 
Sentia você sempre distante e achava que não se preocupava com meus problemas, ao contrário da minha mãe que ficava entre nós dois neste campo de batalha. Hoje me arrependo de tudo isso. De não ter tido com você uma relação mais amorosa de pai e filho. De compartilhar minha vida e meus sentimentos.
 Se eu tivesse dado abertura quem sabe você entraria de corpo e alma na minha vida. Não quero te culpar por essa relação fracassada e nem pelo tempo perdido, pois ainda vamos ter novas oportunidades de resgate dessa relação. 
Posso te dizer que te amo. Que apesar da distância afetiva sempre te tive como exemplo para muitos pontos da minha vida.
Poderia passar a noite inteira aqui escrevendo para você, pois a quanto tempo esperei por este momento, mas vejo que não há necessidade para muitas palavras. Apenas peço perdão pelas minhas falhas. Por ser tão e somente voltado para mim e para minhas coisas, não observando que você realmente existia e que era meu pai.
Vejo com mais clareza a vida e saiba que não morri apenas mudei de plano e estou do lado de pessoas muito querida. Sua mãe veio me acolher e apesar de não conhece-la senti um enorme carinho por ela. Ela, tão mais esclarecida que eu, pode me orientar no primeiro momento que me dei conta que havia “morrido”.
Pode acreditar que quem escreve é seu filho. Sei que não tem preparo para isso e certamente pensaria que um morto não pode se comunicar. Te entendo pois também pensaria assim em um outro momento. Hoje já tomei ciência da situação e posso compreender bem melhor.
Mais uma vez te peço perdão e se um dia tivermos a oportunidade de nos encontrarmos novamente, prometo que farei tudo para que seja diferente.
Deixo-te um abraço bem caloroso nesse corpo que já cansado ainda pode receber o meu amor. Fica na paz de Jesus.
                  
                         Augustos.    
       
  
  Psicografia recebida em Reunião de Psicografia em agosto de 2014( mês dos pais)                        

  Médium:  Regina