sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ANJINHA  DOURADA

Ana, esse era o nome que me deram quando nasci, escolheram esse nome em homenagem a avó materna da minha mãe.
Eu era um lindo bebê, loirinha de cabelos cacheados e alhinhos muito azuis, de um azul tão intenso que parecia uma conta. Todos me chamavam de anjinha dourada. Tive a alegria de nascer num lar onde fui recebida com muito amor, todos me amavam e fui uma criança muito feliz.
Até que certo dia quando eu completava cinco anos (comecei a adoecer logo após meu 5º aniversário) apareceram os primeiros sintomas da leucemia. Com o diagnóstico em mãos meus pais fizeram de tudo, como tinham condições financeiras muito favoráveis puderam procurar os melhores especialistas, estive fazendo tratamento até no exterior, tudo foi feito para que minha vida fosse preservada.
Minha mãe sofria amargamente a me ver definhando a cada dia, como uma linda flor que perdendo o viço vai murchando. A comoção era geral entre todos os familiares, todos sofriam ao ver a minha situação.
De uma linda menina gordinha com cachinhos dourados, virei pele e osso e os cachinhos diminuíram a cada sessão de quimioterapia.
Até que chegou um dia que o meu corpinho muito fragilizado já não podia suportar mais a doença que o corroia dia a dia, enfim não mais podendo suportar, chegou a hora do meu retorno à Pátria Espiritual.
 Senti saudades, mas a vovó Ana me acolheu com o maior carinho e tudo foi se ajeitando. Pouco a pouco fui tomando consciência de tudo e o meu corpo embora frágil e infantil abrigava um espírito velho e cheio de equívocos do passado. Compreendi e logo já não era mais aquela criança, já conseguia raciocinar como um adulto.  
Minha mãezinha sem conseguir se conformar com minha perda, com dor imensa não suportou e erradamente pensando em vir ao meu encontro acabou por tirar a própria vida.
Há muitos anos os fatos aqui relatados aconteceram e até hoje ainda não consegui revê-la.
As mães que sofreram a dor de terem perdidos seus filhos, dedico esse relato a vocês!
Nunca pensem que abreviando suas vidas vocês irão encontrar seus anjos que partiram. Suas crianças regressaram por determinação de Deus. Com toda a certeza serão acolhidas como eu fui.
 As mães que partem naturalmente estarão sim juntas dos filhinhos quando retornarem a Pátria Espiritual.
Agora afirmo-lhes, quem volta através do suicídio pensando encontrar seus amores, não se esqueçam do que lhes disse.
Tudo isso aconteceu a muitos anos e até hoje sofro tentando resgatar minha mãezinha da sua enorme perturbação, mesmo com todo esforço despendido por amigos espirituais ela ainda não conseguiu estar comigo.
 Pensem, todos nós temos a hora certa do retorno que é determinada por Deus. Somente Deus!
Muita Luz.
                    Ana.                                                             
                                                          
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia agosto de  2014.                                     
            Médium:  Débora.

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