ANJINHA
DOURADA
Ana, esse era o nome que me deram
quando nasci, escolheram esse nome em homenagem a avó materna da minha mãe.
Eu era um lindo bebê, loirinha de cabelos
cacheados e alhinhos muito azuis, de um azul tão intenso que parecia uma conta.
Todos me chamavam de anjinha dourada. Tive a alegria de nascer num lar onde fui
recebida com muito amor, todos me amavam e fui uma criança muito feliz.
Até que certo dia quando eu completava
cinco anos (comecei a adoecer logo após meu 5º aniversário) apareceram os
primeiros sintomas da leucemia. Com o diagnóstico em mãos meus pais fizeram de
tudo, como tinham condições financeiras muito favoráveis puderam procurar os
melhores especialistas, estive fazendo tratamento até no exterior, tudo foi
feito para que minha vida fosse preservada.
Minha mãe sofria amargamente a me ver
definhando a cada dia, como uma linda flor que perdendo o viço vai murchando. A
comoção era geral entre todos os familiares, todos sofriam ao ver a minha
situação.
De uma linda menina gordinha com cachinhos
dourados, virei pele e osso e os cachinhos diminuíram a cada sessão de
quimioterapia.
Até que chegou um dia que o meu corpinho
muito fragilizado já não podia suportar mais a doença que o corroia dia a dia,
enfim não mais podendo suportar, chegou a hora do meu retorno à Pátria
Espiritual.
Senti saudades, mas a vovó Ana me
acolheu com o maior carinho e tudo foi se ajeitando. Pouco a pouco fui tomando
consciência de tudo e o meu corpo embora frágil e infantil abrigava um espírito
velho e cheio de equívocos do passado. Compreendi e logo já não era mais aquela
criança, já conseguia raciocinar como um adulto.
Minha mãezinha sem conseguir se conformar
com minha perda, com dor imensa não suportou e erradamente pensando em vir ao
meu encontro acabou por tirar a própria vida.
Há muitos anos os fatos aqui relatados
aconteceram e até hoje ainda não consegui revê-la.
As mães que sofreram a dor de terem
perdidos seus filhos, dedico esse relato a vocês!
Nunca pensem que abreviando suas vidas vocês
irão encontrar seus anjos que partiram. Suas crianças regressaram por
determinação de Deus. Com toda a certeza serão acolhidas como eu fui.
As
mães que partem naturalmente estarão sim juntas dos filhinhos quando retornarem
a Pátria Espiritual.
Agora afirmo-lhes, quem volta através do
suicídio pensando encontrar seus amores, não se esqueçam do que lhes disse.
Tudo isso aconteceu a muitos anos e até
hoje sofro tentando resgatar minha mãezinha da sua enorme perturbação, mesmo
com todo esforço despendido por amigos espirituais ela ainda não conseguiu
estar comigo.
Pensem, todos nós temos a hora certa do
retorno que é determinada por Deus. Somente Deus!
Muita Luz.
Ana.
Psicografia recebida em Reunião de
Psicografia agosto de 2014.
Médium:
Débora.
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