sábado, 26 de agosto de 2017


UM GESTO DE AMOR ME AMPAROU NA MORTE

“O amor cobre uma multidão de pecados”

Enquanto permaneci sobre esta Terra não passei de um fardo pesado para meus familiares. Desde a adolescência rebelde, afeiçoei-me às sensações mundanas e aos prazeres fúteis da juventude. Logo engravidei de meu primeiro filho, mas nem por isso, emendei-me como dizia minha vozinha que me criara.
Abandonei as responsabilidades maternas a outrem, tal qual haviam feito comigo. O pai da criança nem mesmo dignou-se a conhecê-la, descrendo de sua paternidade diante de meu comportamento notoriamente promíscuo. 
Cedo conheci o mundo das drogas e na ânsia de sustentar o vício odiento, entreguei-me também a pequenos furtos e roubos na comunidade em que vivia. Afundei até onde um ser humano poderia fazê-lo, inibindo em mim mesma os sentimentos mais elevados, os quais se agasalhados em meu peito indócil, teriam-me poupado muitas desventuras e angústias. Outros filhos vieram ao mundo em decorrência de minha prostituição à qual lancei mão para o sustento do vício que me consumia visivelmente. Deixei-os, assim como o primeiro, em desamparo e, na falta de cuidados materiais, logo foram parar em abrigos de assistência social.
Minha pobre vozinha partiu antes de mim, talvez por tristeza causada por minhas atitudes e conduta desregrada.
Quando fui parar na cadeia, a primeira vez, já não tinha um lar a minha espera e pouco me importava com minha própria sorte. Conheci lá dentro religiosos que, sobriamente vestidos e bem calçados, vinham, de tempos em tempos, “pregar” o livro Santo na tentativa de resgatar nossas almas por meio da confissão e do arrependimento dos pecados.
Entre idas e vindas do cadeião conheci uma pobre mulher que, como eu, escolhera os caminhos errados. Presa, ainda grávida, veio a dar à luz a pobre e desamparada criança com insuficiência respiratória em noite de forte tempestade. Desenganada pela enfermeira plantonista foi deixada à própria sorte juntamente com sua genitora por horas a fio à espera do socorro que por razão do mau tempo tardou a aparecer.
Tocada pela cena derradeira e presa de forte sentimento que não sei explicar, velei noite a dentro mãe e filha, mantendo essa aquecida em meus braços até seu último suspiro.
Anos mais tarde, ao desencarnar, esquecida em uma cama imunda de pensão, que durante as noites transformava-se em bordel, pensei que estavam a me procurar criaturas horripilantes e  degradadas por sensações as mais vis. Encontrava-me em escuro corredor tentando fugir dos olhos tenebrosos que me espreitavam na sombra quando, de uma pequena faixa luminosa, surgiu um jovem olhar doce e amável. Estendeu-me a mão sem questionar meu passado ou minhas culpas. Apenas entrelaçou aos meus os seus suaves dedos e conduziu-me para fora daquele pesadelo horrível.
Era a criança que eu, anos atrás, acalentava junto ao meu seio, talvez o único gesto sincero de amor que tenha realizado em minha tormentosa existência. Apenas ele lá estava para me conduzir à saída, apenas este gesto bastou para que eu merecesse a misericórdia e hoje aqui estou, de passagem, para deixar com esta história a lição de que mesmo o mais acanhado gesto de amor pode determinar o futuro de cada qual.
Assim me despeço, já em prantos, aguardando nova chance nestas terras. 

Aline.
                                                         
Psicografia recebida em  2017.                                      

             Médium:  A Paula.

sábado, 19 de agosto de 2017


REENCARNAREI E VIVEREI APENAS QUINZE ANOS

Aproxima-se o dia do meu retorno, daqui a bem poucos dias estarei de volta à Terra, depois de quase dois séculos aqui no plano espiritual. Passei longos anos em região sombria até ser resgatado.
Depois de resgatado, fui tratado e pude entender muitas coisas, muito tempo passei em vários departamentos de aprendizado aqui e, por último, no departamento reencarnatório. Ali começou toda a preparação para o meu retorno, que ora se faz necessário.
Me preparei  muito para esse momento e, apesar de saber tudo por que irei passar, ainda assim anseio muito por esse dia.
Espero conseguir cumprir todos as dificuldades que irei passar com dignidade, a dignidade que eu não tive no passado.
Vou nascer num lar abastado, com todo conforto, no entanto não poderei ou não conseguirei usufruir de nada disso devido às enormes limitações que terei. Venho cego, com problemas  motores e mentais e com um com um coração deficiente.
Previsto está que meus pais não medirão esforços para tentar que eu viva da melhor maneira possível. No entanto, de nada servirá tanta boa vontade e recursos financeiros.
Viverei somente até os quinze anos, depois disso volto para continuar o meu aprendizado.
Meus pais me aceitaram depois de muitas dúvidas, temos história de passado remoto, mas muito marcante e não podíamos mais adiar esse momento.
Sigo muito confiante, pois sei que não terei como errar devido às minhas limitações.  Ainda não poderia retornar como uma pessoa normal devido aos imensos erros que cometi. Venho deficiente e só depois desses anos do espírito aprisionado num corpo deficiente é que poderei voltar e recomeçar como uma pessoa normal, dono do livre arbítrio. Por enquanto é só um “ensaio” para o que virá depois.
Que Deus me ajude, que esses quinze anos possam ser de muita valia, para que logo em breve a esse período de expiação eu possa retornar dono de um corpo normal e aí sim é que verei se, de fato, consegui vencer o meu orgulho e maldade.  
Que esse dia chegue logo! Enquanto isso, só peço a Jesus que me ajude e me ampare.

Manoel.  
                                                   
Psicografia recebida em 2017.                                     
           Médium: Débora S C.

sábado, 12 de agosto de 2017


UM  PAI  QUE  MORREU  PELOS  FILHOS

            A cabeça doía, e como doía...
            Vários dias, vários meses... O que seria?
       Um belo dia, que não sei dizer quando, a dor foi insuportável, eis que eu perdi minha consciência. Fiquei imóvel, mas via tudo de um lugar que não sei averiguar.
            Hoje me encontro em convalescençia.
            Minha cabeça está envolta em gases, mas já não sinto dor.
         Somente sinto que tudo poderia ser melhor se eu soubesse o que hoje eu sei que tudo se acaba com a morte, as coisas materiais...
            Era tão grande meu desassossego com os meus negócios que eu esquecia de mim, mesmo daquela dor que me torturava.
           Queria dinheiro, fortuna para os meus filhos, cada vez mais, e hoje acho que  eles nem se incomodaram comigo e seguem suas vidas normais, apenas lembram vagamente de minha existência, e eu aqui estou pedindo preces e orações de todos vocês para o meu completo restabelecimento.      
         
            Otacílio.
                                                                        
          Psicografia recebida em 2017.                                     

          Médium: Catarina.

sábado, 5 de agosto de 2017

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SUICIDEI. NÃO TINHA ALEGRIA DE VIVER


Noite escura, sem estrelas, dia sem calor, pois o sol não apareceu. É assim que me sinto um infeliz, o meu mundo sem cor, vivia no cinza, a tristeza me consumia aos poucos.
Meus familiares sempre com uma palavra amiga a me ajudar, não conseguia ouvir. Cheguei no meu limite, não suportava mais viver, lutei um pouco contra a vontade de morrer, mas quando não mais consegui enxergar a cor cinza, aí foi o meu limite, coloquei um fim em tudo.
Me sinto pior do que quando estava aí, pois ouço o lamento dos meus familiares, a dor profunda de minha mãe me faz ainda pior.
Hoje aqui com vocês  ainda me recuperando da ferida que causei em meu corpo, pois não fecha e fica aberta latente, para eu não esquecer em nenhum momento que feri o meu próprio corpo que era perfeito que meu Pai Celestial me deu no dia em que fui criado e amado como o seu filho “Jesus”, mas a todo momento me chega ajuda, são mulheres com carinho maternal, são crianças com seu carinho inocente e dos homens com seu amor de força e lealdade.
Quero deixar aqui o meu relato para vocês que com carinho recebem a todos nós com respeito e com muito amor.
Não sou um covarde, sou apenas um filho de Deus que não soube vivenciar as maravilhas de uma vida tão perfeita e saudável que eu tinha, não me faltou nada, simplesmente  deixei de ver o mundo colori do.
Fiquem com Deus, e que Ele dê à todos vocês saúde e alegria de viver.  
  
             
              Ricardo A.                   

 Psicografia recebida em   2017.

             Médium:  M. Nicodemos.