MORRI DIRIGINDO
Acidentes acontecem e aconteceu comigo.
Logo eu que sempre fui tão cuidadoso.
Buscava sempre estar em dia com meus
afazeres, com meus deveres. E logo comigo?
Pois é eu estava tão bem dirigindo em uma
estrada vicinal cheia de árvores, natureza por toda parte. Voltava de meu sitio
e estava bem disposto com muitos planos para melhorar meu sitio.
Eis que sem eu perceber, notei um vulto na
minha frente. Não sei se foi gente ou animal, já anoitecia e minha vista ficou
turva. Quis desviar daquele vulto e me choquei com barranco, ou uma árvore? Não
sei.
Só sei que fiquei ali preso no meu carro, inconsciente.
Minha cabeça estava virada sobre o volante. Quanto tempo fiquei, não sei.
Eu
dormia e acordava. Tinha lapsos de consciência e de inconsciência.
Depois de muito tempo, talvez de madrugada comecei
a ouvir vozes. Eram vozes. Eram vozes de adolescentes que estavam numa moto e
retornavam talvez de alguma festa.
− Nossa tem um cara aqui, parece que está
morto!
Não. Eu não estava morto, pois ouvia e
estava com minha consciência normal.
− Vamos chamar alguém!
Dai a pouco ouvi vozes de varias pessoas
que também afirmaram que eu havia morrido.
− Que
é isso meu Deus (pensei) eu sou ainda novo pra morrer e com tantos planos.
Transportaram-me para o IML num camburão.
Lá constataram minha morte.
Meus
familiares acompanharam meu enterro e o pior, eu também acompanhei.
Na hora do meu enterramento minha mãe, já
falecida me acolheu nos braços.
Fui ser tratado em um hospital com muitos
recursos. Depois de um tempo minha mãe me levou para sua casa, onde lá estavam
minha avó e meus tios.
Confesso que eu não sofri como todos
pensaram que sofri. Eu mesmo me acidentei, ninguém foi culpado. Não houve
nenhuma discussão com ninguém. Eu estava e estou bem.
Deixo aqui registrado para meus familiares
o que eu passei na realidade e digo-lhes novamente estou bem.
Deixo meu abraço a todos.
Celinho.
Psicografia recebida em 2019.
Médium: Catarina.