sexta-feira, 8 de novembro de 2019


ISSO  É  A  MORTE?

  
          Já ia eu pela estrada de terra onde eu levava uma carroça com silo para o gado.
          Eu ia sozinho, pensativo, cantarolando baixinho.
          O tempo estava bom. Era mês de junho e a seca se fazia muito forte. O silo era para alimentar o gado da fazenda vizinha. Eu era empregado de um senhor muito bondoso. Levava minha vida muito tranquilo. Tinha um casebre que eu achava bom, pois tinha luz elétrica, água encanada. Tudo.
          Nesse dia eu estive muito pensativo: pensava na minha infância, nos meus irmãos, nos meus pais; todos já haviam morrido. Mas como eu sai de casa bem pequeno para trabalhar nessa fazenda, eu nem sentia muito a falta deles.
          Mas hoje eu senti muitas saudades, não sei porquê.
          Sou casado tenho três filhos. Minha mulher é muito boa, trabalhadeira e caprichosa. Faz os deveres de dona de casa, cuida de nossos filhos e nas horas de folga ainda costura.
          Sinto uma coisa muito esquisita: o cantar dos passarinhos que tanto me alegravam antes já não me alegra hoje, mas me entristece muito.
          Vou pela estrada pensativo. Eu e meu cavalo. Em uma curva ouço um barulho enorme: Um carro desgovernado veio pela estrada. Andava em zig zag pelas beiradas do barranco e pelo lado da estrada, onde eu procurei ir com minha carroça.  
          Houve um estrondo horrível. Não vi mais nada...  Eu dormi com a rédea da carroça na mão.
          Acordei e vi que eu (meu corpo) estava jogado de um lado e o meu cavalo morto do outro. Mais adiante estava o carro afundado num canto do barranco. Afundado não, estraçalhado. O motorista estava preso nas ferragens.
          Ouvi um burburinho de pessoas que se aproximavam falando baixinho. Chegou o socorro. Tiraram-me dali e conseguiram tirar o motorista do carro também.
           Levara-nos para a polícia do lugarejo mais próximo.
           Depois vi chegarem meus amigos e minha família.  
           Depois dormi o sono dos mortos.
           Acordei em um hospital. Fui socorrido e hoje ainda estou nesse hospital em recuperação.
           Isso é a morte? Não sei, pois eu me sinto mais vivo quanto antes.  
           E os meus que ficaram? Eu os agradeço por terem sido meus companheiros de jornada.
           Vivo aqui muito bem. Só não sei como será daqui para frente. Mas até agora não vi nem céu, nem inferno e nem purgatório.
          Só vi o que lhes relatei.
           Agradeço a todos a oportunidade.

           Leonardo, ou melhor, Léo.
              
                                                         
       Psicografia recebida em 2019.                                     
       Médium: Catarina.

4 comentários:

  1. talvez seria ahora dele que deus te ilumine fica em paz junto com nosso senhor

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  2. Ele foi socorrido, ainda não está em condições de ver tudo do lugar que se encontra.

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  3. Olá, estou desorientado no trabalho desde que meu pai Toninho Ramires morreu, ele era médium e eu sempre consultava os mentores dele para tomar as decisões, saudades dele e fe minha irmã Marisa Ramires que morreu com 58 apenas e pouco foi feliz awuu na terra.

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  4. Queria muito receber carta do meu pai que faleceu em um acidente de carro a 6 anos atrás Cícero José Gonçalves

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