sexta-feira, 28 de junho de 2013


Resgate de Santa Maria


            O som fazia-se ensurdecedor. Adrenalina acelerava os batimentos cardíacos aumentando a euforia já dissociada da pelos estímulos alcoólicos, sonoros e visuais. Ali aportamos com missão caridosa, mas que exigia extremo esforço e tenacidade. Apresentamo-nos como voluntários, formamos pequenos grupos especificamente para cada tarefa. Chegamos quando o pipocar de fogos multicolores trouxe o êxtase e o limiar do desastre. Rapidamente o fogo espalhou-se pelo palco temperado pela combustão do material inadequado. Assistimos o caos espalhar-se temperado pelo medo e pela descrença. Muitos percorreram, num átimo de segundo, as lembranças mais amorosas de suas vidas. A mente em torvelinho, de muitos outros, entorpecida por emanações deletérias, sequer propiciou o descortino rápido do perigo eminente. Gritos, urros e clamores seguiram-se ao bafo ardente da fuligem tóxica. O calor sufocante logo predominou no ambiente levando muitos à perda de consciência misericordiosa.
          Lá estávamos, contudo, a postos, em nome do Senhor, espargindo caridade e misericórdia. Não nos cabia perquirir, questionar as causas que levaram ao desastre. Não nos cabia distinguir culpados ou inocentes, mas tão só amparar a multiplicidade de almas enfermas de dor que, naquele instante, encerravam suas trajetórias carnais. E assim o fizemos, envolvendo em terno abraço cada alma que se desprendia, revigorando com nossas emanações vitais cada jovem e poupando-os o quanto podíamos da solidão e da dor da inconsolável partida.
          Bendito seja Deus e suas leis insondáveis para limitado conhecimento. Fomos úteis e isto nos bastou. A dor deixada pela partida de tantos jovens e generosas almas decerto seria amenizada pelo trabalho de muitos outros socorristas que se seguiriam ao nosso labor.
          Que Jesus nos abençoe e permita continuarmos a acolher em sentimentos de paz e compaixão as almas que se erguem após o túmulo.


                                                            Um espírito socorrista de Santa Maria   

                      Psicografia recebida em Reunião de Psicografia  em 30/01/2013
                                                                                  Médium  Débora 


Um espírito que não nasceu


Depois de passado tanto tempo de separação e dor...
Deus nos auxiliou e deixou que nos reencontrasse-mos.
A alegria era tão grande, não cabia em mim.
Me alojei no seu ventre e pude sentir a alegria desse reencontro, mas o que aconteceu?
Ao sentir as minhas vibrações você mãe começou a me repelir, você não queria compromisso, a juventude prometia muitas façanhas e você decidiu que eu não nasceria.
Que pena mãe, que pena!
Eu seria o seu amparo na velhice, o companheiro a lhe auxiliar nos momentos difíceis e compartilharia com você todos seus momentos de alegria.
Você não me quis.
Não importa, te perdôo e espero outra oportunidade, mesmo que muito tempo passe, um dia estarei junto à você.

                                                      Um espírito que não nasceu


Psicografia recebida em Reunião mediúnica  em 23jan 2013
Medium: Débora