sábado, 30 de dezembro de 2017





A BEBIDA E AS DROGAS ACABARAM COMIGO

         Tu queres que eu te diga se estou bem. Mas como deveria estar se fui parar em um lugar tão estranho para mim. Sofri dores e confusões, tantas que quase enlouqueci. Perguntava a todos o que me estava acontecendo, mas ninguém me respondia. Parecia que não me viam, ou me ignoravam de propósito.
         Vaguei por lugares ermos, sem rumo e sem horizonte. A bebida me consumiu. Meu fígado doía, as náuseas eram constantes, tinha sede, mas nada vinha para me ajudar... Ninguém para me consolar.
          A bebida e as drogas acabaram comigo, eu sabia disso, mas mesmo assim continuei a consumi-las. Todos meus familiares se afastaram de mim, e acho eu, que me consideravam um pária da sociedade. Tinham vergonha de mim, mas eu não me importava.
          Fui parar em um hospital de terceira categoria, que tinha doentes de todos os matizes, todos drogados. Uns dementes outros não. E eu estava lá. Fiz tratamentos vários, mas nenhum tratamento surtia resultado, a falta da droga me acabava, tinha tremores, delirium tremens, e era um horror. 
          Uma manhã após uma noite avassaladora, de terror eu me senti diferente, estava leve, mas diferente. Não sentia meu corpo tremer mais e minha respiração estava branda, e foi se esvaindo aos poucos até eu não senti-la mais.
           Vi pessoas a meu lado tentando me reanimar, mas não adiantou. Eu estava morto. Que coisa atroz, se eu morrera eu não sabia porque eu via tudo e estava com ânsias de vomito e vontade de consumir a droga, mas estava morto, eu sabia.
           Como aconteceu eu não sei, só sei que penei, mas um dia veio até mim um rapaz, jovem ainda, que me amparou e me levou ao hospital de drogados no além.
           O nome desse rapaz é Walter, Walter Perroni, responsável por uma ala deste hospital que junto de médicos e enfermeiros auxilia os ex-drogados. Fui para lá, e foi lá, graça a Deus que consegui me livrar daquele suplício. Hoje eu digo que estou bem. As vezes ainda tenho vontade de fumar, mas Walter vem com aquele sorriso maroto, conta casos variados, fala de Deus, de Jesus  e nos anima novamente.
            Nós não nos sentimos sós e nem ociosos, pois à proporção que vamos melhorando, vamos trabalhar, a cada qual no que gosta de fazer: na horta, na jardinagem, na marcenaria, na confecção de curativos para o uso dos doentes.
            Já tenho lá amigos variados, até aqueles que não gostam de fazer nada são meus amigos e eu converso com eles, procurando ajudar um pouco.
            Agora sim te digo que eu estou bem, me preparando para ir para um lugar de estudos e recuperação da mente, pois até agora só tratei da parte da incontinência alcoólica e da droga. Sei que vou melhorar mais ainda e num futuro próximo vou também ajudar aqueles que se drogam e que ainda estão na Terra, para que parem de se drogar.
            Agradeço a todos, especialmente a esse grupo que me recolheu.

            Nelson. Um ex-drogado presente a essa reunião. 
           
                                                      
 Psicografia recebida em 2017.                                     

 Médium: Catarina.

sábado, 23 de dezembro de 2017



LEMBRANÇAS  DO NATAL

Mesa farta, criança correndo em volta da casa, quintal iluminado, cheiro de comida especial, música, conversas paralelas, contos e piadas e risadas gostosas de ouvir. Família reunida!
Eu vivi momentos assim quando encarnado, minha família se reunia sempre com muita alegria e presentes tinham poucos, mas as comidas eram coisas deliciosas feitas com muito capricho. Relembrando agora consigo sentir o cheiro, e acho que sou capaz de até lembrar do gosto da comida.
São lembranças boas e é tão bom saber que vivi tantos natais com a minha família. Quando chegava a hora de fazermos uma oração e agradecermos ao aniversariante as bênçãos do alimento, da saúde e principalmente da vida, formavamos um só coral de muito obrigado e era possível sentir a fé, a gratidão, renovar as esperanças e colocar nos braços de Jesus nossos pedidos de um novo ano de paz e realizações.
Sempre era o meu pai que fazia a prece e ele sempre se emocionava e minha mãe terminava como uma linda e abnegada anfitriã. Lembranças agradáveis e o silêncio, que nós os adolescente e crianças, éramos abrigados a fazer, era o momento mais difícil, sempre um fazia uma piada para levar um chamado. Como todas essas lembranças são lindas e agradáveis. Eu estou muito agradecido a Deus e a Seu filho por me ter permitido tais lembranças.
Sou um jovem rapaz que desencarnou devido uma grave doença, muito jovem mesmo, aos 18 anos de idade. Não aceitei fácil, pois gostava de viver, era feliz e sonhador. Meus pais me amavam e era um amor encantador e leal, sempre fui muito bem educado e tinha já os meus valores morais e religiosos. Não era espírita, cheguei na espiritualidade completamente leigo e precisei de muita ajuda e fui muito ajudado. Eu tive meus momentos de pouca fé e rebeldia, mas como já trazia conhecimento evangélico, foi mais tranqüilo minha recuperação.
Sinto muita falta dos meus familiares e principalmente de meus pais, e nesta época sei que é muito difícil para eles, sinto suas vibrações de dor e ouço suas preces com choro de saudades. Gostaria tanto de poder vê-los e abraça-los, deixar o meu cheiro no ombro de cada um.
Natal é uma festa familiar, se possível tragam suas famílias para perto de vocês, e em uma só voz façam uma oração simples com a que Jesus nos ensinou e agradeça a vida, saúde e fortaleça a fé. Que venha um ano de paz, de amor e solidariedade onde um vai olhar para o outro e reconhecer um irmão.
Deixo aqui um pouquinho da importância do Natal, pois foi esta lembrança que me fez renovar e acreditar que é possível viver na espiritualidade acreditando num próximo encontro com os meus, que tanto amo e sou amado.
Um feliz Natal a todos e um próspero ano novo.
Muita Paz!    
Um jovem amigo!
Luciano Campos.        

 Psicografia recebida em 20 dezembro  de 2017.
             Médium: M. Nicodemos.

domingo, 17 de dezembro de 2017



NUM ASSALTO MORRI
 Meu Mestre amado, por que desencarnei tão cedo? Não queria deixar de viver, não aceito a minha morte, quero voltar e continuar vivendo com os meus. Senhor, por quê? 
Eu não consigo aceitar a morte, sou um jovem rapaz, bonito, saudável, inteligente e de bom coração. Com que direito vem um homem cruel e me tira a vida, sem nem ao menos me conhecer? Não posso crer no meu desencarne, não posso aceitar, Senhor.
Choro, choro muito e vou continuar chorando, pois não encontro razão de estar aqui e não aí entre os vivos. Minha mãe querida, eu quero voltar, não me deixe aqui, por favor, peço ajuda à senhora, em suas preces peça a Deus que eu volte, pois quero viver Senhor.
 Mãe, mãe, socorro, me ajude! Não quero viver aqui, estou desesperado, quero voltar e continuar a lutar pelos meus sonhos e desejos. Quero amar e ser amado, quero ter filhos, quero ter uma família e simplesmente estou morto por um homem cruel que não deixou e não quis que eu vivesse.
Mãe, pai e irmão, me ajudem por favor! Quero minha vida novamente, não aceito estar aqui. Por favor, venham me buscar, quero minha vida de volta.
Senhor, meu Deus, onde estava que não me salvou? O que queria de mim se era um exemplo de jovem em educação e coração? Qual é a Sua perfeição para que eu tivesse o direito de viver mais alguns anos? Onde errei? O que eu fiz para que esse homem cruel me tirasse a vida, mesmo não convivendo comigo? Por quê?
Não quero ajuda, eu quero a minha vida, quero a minha família, o meu direito de viver, de sonhar e de caminhar entre os meus. Não quero luz, quero viver! Não quero paz, quero viver! Não quero colo, quero viver! Não quero...! Eu quero minha vida que foi interrompida por um homem cruel.
Quero saber! Onde está esse homem cruel, onde? Ele está vivo e por que ele vive? Com que direito ele vive? Deus por que ele vive? Será que ele é melhor que eu e por isso vive? Eu quero minha vida novamente. Deus, por favor, me devolva o direito de viver, eu quero viver.
João Carlos foi acolhido no decorrer de sua psicografia por espíritos de luz. Devido ao seu estado depressivo está se recuperando em sono profundo. Um irmão que busca respostas, mas ainda não tem sabedoria e compreensão para saber o porquê de sua morte tão prematura e violenta ocasionada por um assalto.    

Um irmão Trabalhador da Seara Jesus.


            Psicografia recebida em  2017.

             Médium: M. Nicodemos

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017



NO VELÓRIO

 Amigos, quando formos chamados a comparecer num velório, pensemos nisso:
 - Guardar serenidade e pensamentos bons;
 - Prece em favor do desencarnado e familiares;
 - Silêncio e educação.
Como temos visto a presença de irmãos encarnados quando participam de um velório e o comportamento, muitas vezes, deplorável desses irmãos nos levam a crer que ainda somos muitos insensíveis às dores alheias.
Devemos guardar serenidade porque ali não está só um corpo sem vida, na grande maioria das vezes o irmão desencarnado ainda se encontra ali, próximo ao corpo inerte. Às vezes, nem mesmo os familiares do desencarnado conseguem manter serenidade, para a família a dor faz, muitas vezes, com que percamos a razão.
 Ao participar de um velório, é importante que saibamos nos comportar de maneira correta, pois ali, naquele local, se encontram espíritos trabalhadores que precisam de silêncio e tranquilidade para realizar os propósitos de fazer com que aquele irmão ali “exposto” se desligue da matéria. A espiritualidade trabalha intensamente nessas horas, por isso é desagradável ver a conduta de companheiros de ideal encarnados.
Vamos, nessas ocasiões, dar o exemplo, vamos nos manter em silêncio, em prece, evitar a conversa em torno dos assuntos referentes ao companheiro ali desencarnado e manter as vibrações de paz e de amor em favor do companheiro que está passando por uma fase difícil.
Auxiliemos a espiritualidade no trabalho prestado em favor desse companheiro, respeitemos a dor dos familiares que ali estão sofrendo a perda de um ente amado. Deixemos o falatório para depois, se for imprescindível dar algumas palavras com alguém que se tenha encontrado ali naquele local, vamos sair da sala de velório para poder ter essa conversa; a sala onde o corpo está sendo velado é um local sagrado para a espiritualidade, seja o desencarnado quem for.
Vamos ser breves e dar um abraço amigo nos familiares e não dizer meus pêsames. Vamos fazer diferente: pedir a Jesus que dê forças para o momento difícil pelo qual estão passando sem, entretanto, ficar tentando saciar a nossa curiosidade em relação ao que está ocorrendo.
A pessoa mostra que tem educação em várias circunstancias, mas, em especial, essa é a maneira de mostrarmos que temos educação.
Silêncio. O silêncio é uma prece. Vestir-se conveniente para a ocasião, uma pessoa de boa educação jamais se apresentará nessas circunstâncias com roupas impróprias; devemos nos vestir de maneira a não ferir os olhares da família. Não digo que devemos nos vestir de preto e chorar sem estar com vontade, mas devemos nos vestir com uma roupa que imponha respeito.
Tenho participado como assistente em várias situações como essas e fico triste em ver como ainda damos pouco valor ao trabalho da equipe espiritual ali presente. Vamos, como irmãos de ideal, dar o exemplo quando chamados a um velório.
Desculpem-me se não consegui transmitir minhas idéias com clareza. Como vocês, ainda sou um aprendiz.

Um espírito estagiário nesse assunto.
 
             Psicografia recebida em 2017.                                      

             Médium: Débora S C.

sábado, 2 de dezembro de 2017


VIDA APÓS A MORTE

As dúvidas e interrogações que eu tinha sobre a morte eram muitas. Não sabia ao certo como seria, mas tinha medo do que podia ocorrer.
Sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria, pois eu já era um senhor idoso.
Vivia os dias conforme eles vinham. Um dia bem, outro dia mais ou menos, e alguns dias, não poucos, sentia dores. Dores finas no peito que eram suportáveis, pois logo passavam.
Não gostava de ir a médicos, mas as dores começaram a ser mais repetitivas e eu tive que procurar um médico. Fiz vários exames. Só faltaram me virar do avesso. Pressão meio alterada, coração descompassado e, às vezes, uma tosse inesperada e rouca. Resultado: meu coração não ia bem. O profissional chamou meus filhos e aconselhou uma internação para outros exames mais apurados.
Estava internado ainda quando sofri um enfarto do miocárdio. Não sei como foi, mas o certo é que morri.
Eu que não queria muito saber de morte, não sabia como era e fiquei ainda sem saber. Só sei que tive uma dor angustiante e, depois, tudo apagou. O nada... Tudo era silêncio. Senti uma angústia tremenda, mas eu respirava ofegante, as dores continuavam e eu não sabia onde estava. Muito frio, suava frio, com as dores. Mas eu tinha que tentar dormir ali mesmo.
Mesmo em tal estado, eu sabia que não estava só, pois parecia haver alguém comigo, me amparando, embora eu não visse ninguém.
Naquele local em que me encontrava, deitei e dormi. Quanto tempo se passou eu não sei. Descansei e, quando acordei, já estava em uma maca sendo levado por dois maqueiros risonhos que me cumprimentaram perguntando como eu estava. Eu estou bem melhor, respondi. Mas onde estou? Não me responderam e me levaram a um quarto de hospital que era muito semelhante ao que eu estava quando vivo.
Vi alhures uma pessoa que, parada, me olhava com o olhar muito carinhoso. Era minha avó. Eu fui criado por ela e ela já havia morrido há muito tempo.
Os rapazes que me transportavam e me acomodaram no leito a chamaram e ela se aproximou falando-me como falava quando eu era menino:
– Agora sou eu quem vai cuidar de você, mas quando você crescer vai cuidar de mim (foi isso mesmo que aconteceu, eu cuidei dela em sua doença).
– Mas vó, como eu vou cuidar da senhora quando crescer se eu morri e não cresço mais? Estou morto e velho. – perguntei a ela. E ela me deu a seguinte resposta:
– Depois você verá meu filho, aqui as coisas são assim: os velhos ficam novos e os novos ficam velhos. Basta voltar para Terra como criança, envelhecer e mudar de papel com aqueles que foram seus pais e avós. Vamos aguardar. O tempo daqui não é igual ao da Terra que temos que esperar tanto. Nós é que evoluímos e damos novas oportunidades ao nosso espírito. Agora repouse, pois eu vou cuidar de você, para que você volte a reencarnar para ser meu pai.
Dormi e hoje já me acho bem acompanhado, não só por minha avó, mas por espíritos abnegados que me ajudam e me ensinam. Foram eles também que me convidaram a dar este depoimento. Disseram-me que havia um grupo em estudo e que eu podia escrever através de um médium.
Eu agradeço-vos por isso e vou me despedir dizendo: Continuem a esclarecer as pessoas sobre a vida após a morte, porque muito ajudarão com seus escritos.

            Pedro.  
                                                                       
         Psicografia recebida em 2017.                                     

         Médium: Catarina.