sexta-feira, 26 de julho de 2019


O  APOSENTADO  MORTO

Insatisfeito com minha vida pacata de aposentado resolvi ganhar mais surpresas na vida e fazer algo diferente.
Comecei a sair com “amigos” que se diziam amigos, mas de amigos nada tinham.
Pela manhã já me arrumava para ir com eles papear, numa rua movimentada de nossa cidade. Ai jogávamos “purrinha”, batíamos um papo nada elevado, zombávamos daqueles velhos que estavam acompanhados por seus familiares como se fossem cães de luxo em suas coleiras.  
Assim passava minhas manhãs.
À tarde depois de um cochilo após o almoço, um breve olhar na manchete dos jornais na televisão, me arrumava novamente e ia com aquele grupo de amigos para jogar um bingo em um lugar já conhecido nessa mesma rua em que frequentávamos pela manhã.
À noite nada fazia. Via os jornais, as novelas e ficava aborrecido da vida se um filho ou neto vinha nos visitar. Minha esposa gostava que eles viessem, mas me perturbavam bastante.
Ir à missa? Pra quê? Minha esposa ia por mim. Rezar? Que bobagem.
Uma manhã acordei indisposto. Será que o espetinho que serviram durante o jogo não estava bom?
Fiquei um pouco perturbado, a vista embaçada e uma dor bem forte no estômago me perturbou. E a dor ficou intensa. Gente, que é isso?
Tombei, não vi mais nada... E acordei num hospital, minha esposa e meus filhos chorosos a me olhar, muito preocupados. Mas eu estava inconsciente. Respirava através de tubos. Os médicos vinham e olhavam o soro e os medicamentos. Olhavam minha pressão e batimentos cardíacos.
Os ponteiros estavam parados numa linha reta... E eu pensei comigo: Estão achando que eu morri, mas estão enganados.
Depois uma névoa caiu sobre mim e não vi mais nada.
Acordei em uma mesa de jogo sendo escarnecido. Todos debochavam de mim e falavam: “Que pena perdermos um parceiro, foi dessa para outra...”. Fiquei nervoso e falei: “Então acham também que morri? Vocês estão enganados”. Mas ninguém me respondeu nada.  
Sai dali e fui para minha casa. Estavam desfazendo de meus pertences... Eu queria gritar e pedir a eles que não fizessem isto, que eu estava vivo. Mas não conseguia falar.
Aí para mim foi o fim. Foi quando chorei e implorei à minha mãe, já morta há bem tempo que me auxiliasse.
E ela veio, com aquela calma e acarinho que lhe eram peculiares.
__ Filho venha comigo, abrace-me, eu estou aqui para te auxiliar. Tudo irá se esclarecer e tudo se ajeitará. Não se aflija. Deus é nosso Pai, e não nos desampara. Venha filho meu, vamos para um lugar de paz e conforto.
E eu fui.
Hoje me encontro ao lado de minha mãezinha.
Não fui um homem mau, só mal esclarecido quanto aos valores reais da vida.
Podia ter aproveitado mais daquele tempo de aposentado. Ter abraçado os meus e valorizar aqueles que deviam ser valorizados. Meus “amigos” não tinham valores para me auxiliar, mas meus parentes sim. Eu não os valorizei.
Hoje sei disso: se você é um aposentado da vida, não faça como eu. Abrace os seus. Valorize seu tempo com boas ações. Ame-se e ame a quem deve ser amado.

 Sebastião.
                                                         
 Psicografia recebida em 2019.                                     
 Médium: Catarina.

6 comentários:

  1. Que sirva de exemplo para que não faz nada.

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  2. Muito valorosa essa carta,ensina que devemos aproveitar nosso tempo aqui,dando e recebendo amor,e fazendo coisas que nos ajude a evoluir 🙏

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    1. Será q oq estou fazendo aqui trabalhando ajudando os meu precupada c minha familha meu marido n me divirto a muito tempo pra fica ao lado dele sera q esta sendo útil p meu desenvolvimento esperital,sou procurada por muitos por da conselhos fortalecer ão próximo vai ser bom pra mim acredito q sim me sinto cansada esgotada mas estou ali presente sempre sempre

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  3. Não fazer nada é a pior coisa que uma pessoa pode fazer.

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  4. Tenho um irmão, Adilson desencarnou 20/06/2018 e minha mãe Conceição Aparecida Pires desencarnou 01/07/2011 gostaria muito de receber notícias deles !!

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