sexta-feira, 7 de dezembro de 2018



FEZ A DIFERENÇA

Não queria nascer. Relutei e fiquei muito zangada com todos que tentavam me persuadir e mostrar pra mim que era Deus que estava pedindo o meu retorno à Terra. Tudo bem se fosse para nascer numa família rica, de grandes posses, eu com certeza não ficaria brava ou infeliz, mas nascer em uma favela, na pobreza e ainda negra, não com certeza não, mas foi inútil eu ficar debatendo e questionando a vontade de Deus.
Renasci com uma cor invejável, era negra altiva, com um intelecto impressionante e uma beleza invejável.
Não aceitava a condição de pobre, queria mais e muito mais. Minha família honesta, trabalhadora e meus irmãos todos de boa índole, mas eu queria mais e muito mais.
Eu não era uma pessoa egoísta, tinha bons pensamentos e muita fé, eu queria sim muito, mas não para mim somente. Gostaria que todos da favela, onde eu nasci, fossem felizes e que tivessem direitos a educação, saúde e principalmente respeito.
 Eu tinha um propósito e sentia que Deus havia me escolhido, era uma sensação incrível, uma conexão muito interessante. Resolvi não mais questionar e comecei a estudar, a ler e a escrever a autoridades que estavam perto de mim, que se sentiam no direito de serem donos de tudo, bem os grandes chefes do tráfico, e comecei a ter liberdade de locomover e a conhecer outras famílias.
Conheci uma triste realidade dessas famílias que por pouco desisti de seguir em frente. Não pensei que perto de mim havia tantas famílias vivendo na miséria, em total pobreza, sem noção de higiene, de saúde, enfim uma tristeza me envolveu e naquele dia vi que eu teria que fazer algo.
Um dia de cada vez, meus pais falavam pra mim, filha calma, tudo vai acontecer no seu devido tempo. Mas não podia esperar muito, são crianças, idosos e são pessoas, gentes como nós.
Um dia falei aos meus: Hoje irei fazer uma visita, uma vista a uma família escolhida por Deus, vou caminhar e a casa que me chamar mais atenção eu vou visitar. E assim eu fiz, sai com uma sacola contento sabonete, toalha, pente, uma tesoura, esmalte, achei que estava enlouquecendo, mas sai e deixei meu coração me guiar.
Entrei e fui muito bem recebida, as crianças não entenderam, mas fiz uma fila e dei banho, cortei cabelo, pintei as unhas das pequenas e quando eu vi todos estavam limpos e contentes.  
Eu estava tão feliz, mas não bastava só o banho, não tinham comida em casa, então fiz um mutirão com os meus irmãos e logo eu estava entregando uns alimentos e dando lições de higiene.
Hoje aqui relembrando de tudo isso, vejo como fui corajosa e temente à Deus, tinha tanta certeza que eu ia fazer a diferença que o medo nunca foi o meu problema.
Vivi uma vida para os outros, fui muito feliz, não tive filhos e nem uma família, mas recebo todos os dias um abraço de crianças e idosos que eu ajudei de uma forma simples a serem dignos, de serem filhos de Deus.
Atenciosamente, uma mulher que fez a diferença, um dia de cada vez.

Lúcia Ferreira.         
    
                                                              
Psicografia recebida em 2018.
             Médium: M. Nicodemos

7 comentários:

  1. Lindo,mas amei ate sua simplicidade,tocante de deixar claro,que nunca e tarde para sermos alguém ,pois e importante e caridoso,a ajuda de todos,

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  2. Oi gostaria se Deus permitir de receber noticias de minha mãe Sônia Regina Ferreira Oliveira fez sua viagem para o outro plano em 07 de abril de 2014 sem causa definida da morte (morte súbita) e veio semear neste mundo no dia 02/01/ 1955. Abraços e paz.Email gildeanny@yahoo.com.br

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    1. Duda vamos pedir a Jesus essa permissão. Vamos irradiar por ela ena reunião.

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    2. Será que Deus já permitiu esse momento?

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  3. Oi gostaria se Deus permitir de receber noticias de minha mãe Sônia Regina Ferreira Oliveira fez sua viagem para o outro plano em 07 de abril de 2014 sem causa definida da morte (morte súbita) e veio semear neste mundo no dia 02/01/ 1955. Abraços e paz.

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