terça-feira, 5 de setembro de 2023

NO VALE DOS SUICIDAS



NO VALE DOS SUICIDAS


          Apresento-me aqui, não como uma alma penada como dizem alguns, pois consideram que quem suicida não tem salvação e vagueia pelo espaço induzindo outras pessoas fazerem o mesmo.
          Não sou alma penada e sim uma alma que suplica piedade. Fiz aquele ato impensado, movido por circunstancias que acredito a maioria de vocês sucumbiriam. Tenho plena convicção de que Deus já me perdoou. Eu é quem não me perdoo.
          Devia ter tido mais calma, mais compreensão e pedido conselhos às pessoas. Expor os meus problemas íntimos, mas não. Eu não fiz isso e ao contrario me vi cercado pelos problemas, que eu achava infindáveis. E eu me liquidei!
          Me liquide? Não. Eu vivo, estou vivo e o pior tenho que arcar com as consequências de meu ato terrível.
          Fui lançado ao léu. Fiquei a mercê de espíritos cruéis que me trucidavam, piorando meu sofrimento. Eu não sabia como sair de tanto sofrimento. Nem pensar, raciocinar eu podia. Mas o que fazer? Fiquei totalmente perdido.
          Por quê? Por quê? Eu me perguntava. E a resposta era dada pelos espíritos malfeitores: aguenta, você quis assim, você escolheu.
          Não sei quanto tempo durou esse meu sofrimento. Até que um dia, pareceu-me ouvir um som que não era um gemido nem lamento, pois eu só ouvia esses sons terríveis. Ouvi um som parecendo um sininho fino, que veio aumentando aos poucos, e se tornando como uma sinfonia feita por sinos sutis.
         Todos os gemidos sumiram e eis que de mim se acercou um rapaz que me ofereceu sua mão, e que me ajudou a sair daquele lugar terrível.
          Fui levado a um gramado onde macas nos esperavam. Fomos sete socorridos daquele vale em que estávamos que hoje sei que é o “Vale dos suicidas”.
          Fomos levados a um hospital. Fomos recebidos na porta por mensageiros do além que nos colocaram máscaras e nos levaram para câmaras que ficavam no subsolo do hospital para que nos purificássemos do enlameado em que estávamos.
          Oh sofrimento. Não fossem aqueles socorristas eu queria morrer novamente.
          Mas dia a dia fui melhorando até que um dia passei para o andar de cima daquele hospital já com as chagas cicatrizadas.
          Fui melhorando mais e mais. E hoje depois de tanto tempo já sou alguém apresentável.
          Sei que esse quadro que exponho é bastante forte. Mas foi o que realmente sofri. Sei que não vai poder ser exposto para quem pediu minha carta. Mas é feita de acordo com que os espíritos permitiram dizer. Foi muito pior do que eu expus.
          Só quero dizer, que se alguém estiver com ideias suicidas procure socorro.
          Não vale a pena o sofrimento que vem depois desse ato horrível.
          Deus nosso Pai é quem deve dar as ordens do dia em que devemos deixar essa veste que é o nosso corpo físico.
          É precioso demais para ser destruído seja de qual maneira for.
          Não vale a pena, repito.

          Jorge.


          Psicografia recebida em 2022.
          Médium: Catarina.

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