ENFERMIDADE
DO ÓDIO
Aqui estou convalescente, pedinte e
esperançoso. Estou enfermo. Uma tal enfermidade que trago no peito ofegante há
varias encarnações. Doente das emoções em desalinho, em razão dos germes de
ódio que agasalhei em meu coração.
Tudo me agastava, seja o menor dos
aborrecimentos ou a mais trágica calamidade. Palavras embebidas em ódio logo se
avizinhavam de minha língua ferina e ágil. Conquistava platéias, inflamava
companheiros invigilantes e igualmente carentes da educação de suas emoções.
Frases amargurosas não encontravam obstáculo que as contivesse. Amigo ou
inimigo, parente ou não, afeto ou desafeto, pouco interessava-me quem a atingia
veloz e implacável no discurso destrutivo.
Não me cansava em ver a maldade e a
hipocrisia ao alcance de meus olhos imersos na trave da ignorância. Achava-me o
mais lúcido de todos. Atento soldado, implacável combatente. Sempre alerta aos
interesses escusos e egoístas que, segundo minha concepção, encontrava-se nos
bastidores de todos os atos humanos. Escarnecia e ridicularizava quando
impotente assistia a ascensão de desafetos sociais. A língua ligeira e voraz
não poupava oponentes e eu os via em todos os lados.
A
doença da alma, acalentada e devidamente semeada ao longo de anos extravasou
seus efeitos no perispírito danificado. Lembro-me de envergar, em vida passada,
o produto de meus esforços na disseminação da leviandade e do ódio. Nasci em
berço empobrecido de bens materiais, embora abundante em solicitude e ternura
materna. Obra de meu próprio passado faltava-me órgãos digestivos viáveis à
vida adulta. Tão necessários à depuração de sedimentos alimentares e
substâncias tóxicas, estes imaculados e perfeitos aparatos criados pelo Amor
Divino, encontravam-se inservíveis, desgastados pelo corrosivo vergastar de
sentimentos daninhos por longo tempo destilados.
Logo desencarnei, não, sem antes conhecer o
amor e a dedicação de minha jovem mãe. Sentimentos estes que aqueceram o gérmen
abrigado em meu peito tal como a semente do nobre trigo em meio à semeadura do
joio de meus atos. Ao despertar, deste outro lado, outra vez, vi-me asserenado
pelo amor com que fora acolhido no ninho materno. Para o enfermo, ardente em
febre, recebera o santo medicamento.
Hoje, sigo acalentado por esses sentimentos
doces e calmos, mas com enorme esforço ainda tento reeducar-me para que a
enfermidade do ódio não atinja meu corpo e minha alma.
Entre amar e odiar creio ter aprendido qual
a escolha correta que me levará à paz e à felicidade. Peço a Deus força e
disciplina para reafirmar, todos os dias, a escolha do Amor.
Augustus.
Psicografia recebida em Reunião de
Psicografia em 2014.
Médium: Ana Paula.
Gostei muito de ler essas cartas,elas nos confortam,te peço que coloque o nome da minha mãe em suas orações Maria Lugo dos Santos,ela nasceu em 24/02/1928 e desencarnou em 22/02/1996,insuficiência cardiaca e depressão por ter perdido a visão,ficarei muito feliz em saber como ela esta em sua recuperaçao,se Deus permitir essa benção,Aguardo,ruthlugo2014@gmail.com,um abraço Ruth.
ResponderExcluirRuth o nome de sua mãe foi colocado na reunião de psicografia.
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