sexta-feira, 29 de junho de 2018


FELICIDADE NOS PRAZERES FÁCEIS


Tudo o que eu sinto é remorso, muito remorso, acho que não sou digna de ajuda, estraguei a minha vida, fui um pote onde toda a sujeira era depositada e com a minha permissão, como eu errei, não tenho perdão, tudo se acabou pra mim, já não há esperança no meu coração.
Vou contar-lhes a minha historia, embora muito me envergonhe, mas quem sabe um ser misericordioso poderá me auxiliar nesse momento.
Nasci num lar muito humilde, tudo nos faltava, passei muita fome, muitas vezes vi choro de dor da minha mãe por não ter o que nos dar de alimento. Vivi assim até os quatorze anos, nunca me conformei, queria ter uma vida diferente, queria poder ter prazer de me alimentar, sentia muita fome.
Um dia tomei uma decisão, achei que eu não precisava passar por aquilo tudo e naqueles dias fui amadurecendo uma ideia que me surgia como solução, depois de muito pensar decidi que tudo mudaria a partir daquele dia. Esperei que anoitecesse e me deitei como de costume no quarto com mais cinco irmãos tão sofridos quanto eu, tão famintos e tão carentes do básico, quando o silêncio reinava e percebi que meus pais dormiam e meus irmãos também, sai de casa levando comigo além da roupa do corpo e de um chinelinho velho no pé, mais uma muda de roupa.
 Morava numa pequena cidade, que prefiro não citar o nome, fui para a beira da estrada que passava próxima a minha casa. Pedi carona e um caminhoneiro parou o caminhão me levando com ele. Aquele homem quis indagar de mim onde eu pretendia ir e quantos anos eu tinha. Menti nas duas respostas, disse que já tinha mais de dezoito anos e que precisava visitar a minha vó que se encontrava doente. Não foi difícil de fazer que ele acreditasse, eu era alta e o sofrimento pelo qual vivia me amadureceu as maneiras, por isso ele acreditou, eu acho, se não acreditou me levou assim mesmo.  
Chegando à cidade grande comecei dar o meu jeito e como já estava tudo bem planejado descobri com bastante facilidade onde eu precisava chegar. Chequei naquela casa nutrindo esperanças de uma vida melhor, a mulher me acolheu e logo eu já estava trabalhando. Ali permaneci por um tempo, sendo muito explorada, trabalhava em troca de comida e era obrigada atender homens de todo jeito.  
 Com o passar do tempo consegui, num momento de invigilância daquela mulher, a sair dali e fui procurar outra casa. Desta vez eu já era uma moça muito bonita e a alimentação que eu agora recebia me fortaleceu. Fui aceita e lá minha vida começou a mudar, os clientes eram homens finos, cheiravam bem e confesso que gostava daquele lugar e daquela vida.
E assim fui levando, muitas vezes pensava no lar que abandonara, da minha família, na dor que minha mãe deveria sentir, mas logo me distraía como brilho da noite o torpor que o álcool me dava e com aqueles homens.   
Muitas vezes engravidei e cada vez que isso acontecia eu tinha um problema, a dona da casa se irritava muito e logo providenciava uma maneira de me livrar daquele problema, eu não hesitava e aceitava de bom grado a ajuda oferecida.
O tempo passou depressa e eu já não era mais aquela jovem linda, começaram a aparecer moças novas e em mim novas rugas, assim sendo eu era facilmente substituída e não tinha mais clientes.
Sofri muito, e sem piedade fiquei doente, fui tomada pela sífilis até morrer de forma miserável morando num cômodo fora da casa, um lugar insalubre e cheio de ratos.
Retornei a Pátria espiritual e hoje me encontro assim, uma figura horrível, deformada, corroída pela doença.
Vejo todos aqueles seres me xingando sem parar, eles não me perdoam de os ter abortado e sei que sofro porque  eu procurei, mas mesmo assim resolvi escrever essa carta para alertar muitas moças que como eu não tiveram a força de aguentar a vida que Deus determinou, trocando pela felicidade dos prazeres fáceis.
Ainda tenho esperanças mesmo com muita vergonha de que Deus me ampare um dia.

Joana da Luz.             
 
Psicografia recebida 2018.
             Médium:Débora S C.

sexta-feira, 22 de junho de 2018



UM  RAIO  ME  MATOU

  
         A luz se fez mais forte, ressoou o trovão.
         O que aconteceu comigo? Não sei explicar.
         A tempestade amainou e tudo veio a se acalmar. Tudo era silêncio. Passou.
         E eu aqui estou atônito e sem entender nada. 
         Veio alguém muito bondoso que me explicou: “Acabaram os sofrimentos, aqui o ar não vai lhe faltar, tudo vai ser explicado. Tudo está a contento. Você passou para a eternidade, descanse filho meu, eu velarei o seu sono”.          
        E como que por um milagre eu dormi tranquilo e quando acordei já achava num leito alvo, muito aconchegante, tendo a meu lado um rapaz bem simples, bondoso e que velou o meu sono. Ele se dizia meu primo, do lado materno, portanto sobrinho de minha mãe, mas eu não o conhecia.
         Esse rapaz cuidou e cuida de mim, zela por mim e me esclarece todas as minhas dúvidas.
      Ainda estou hospitalizado até hoje, mas em boas condições; acredito que daqui a pouco voltarei, ou melhor, irei para um lugar onde eu possa ser útil às pessoas do lugar. Sei que é um lugar especial onde estou, mas conheço bem pouco. Tudo aqui é novidade para mim, pois eu jamais pensei que depois da morte (pois sei que morri e ninguém escaparia nas condições que fiquei), mas nunca mesmo pensei que depois da morte existisse algo assim.
        Eu sempre acreditei no nada, morreu acabou. Mas não é assim, estou vivo, tenho desejo de rever os meus amigos, meus parentes e sei que um dia isso vai acontecer.
       Agradeço de coração quem pediu por mim e só tenho uma coisa a dizer: Estou vivo e bem vivo, orem por mim.
         Obrigado.  
   
          Joaquim. Um espírito bem vivo.
                                                            
       Psicografia recebida em 2018.                                     
       Médium: Catarina.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

BALADA  E  DROGA


Como recusar um convite de uma amiga querida, jamais poderia dizer não, então fui à tão sonhada festa e esperada por mu0itos jovens.
Quando cheguei fiquei deslocado, fui entendendo mais ou menos como seria uma festa banhada no álcool e nas drogas. Tentei avisar Dolores de que não era lugar para nós e nem um ambiente onde se encaixava com nossas vidas e conduta, mas infelizmente Dolores não me ouvia, fui obrigado a ficar, pois jamais deixaria uma amiga num lugar onde só se via luxuria, sexo e drogas.
Fiquei assustado, pois não tinha conhecimento que Dolores conhecesse tal galera e que era tão querida e aceita no grupo.
Bem! A festa rolou e Dolores sumiu por uns instantes de minha vista, comecei a preocupar e logo sentou uma linda moça do meu lado e foi muito simpática, conversamos muito, tomamos alguns drinks deliciosos, sendo que um deles estava com uma droga colocada em meu copo. Tomei e entrei em completo transe e não me lembro de nada mais que ocorreu na festa. Não mais vi Dolores, fui despertar em um hospital algemado, sendo tratado como um criminoso. Eu me desesperei, queria uma explicação do quê estava acontecendo comigo, precisava de uma resposta. Meus pais onde estariam?
Fui tratado como um cachorro, ninguém falava comigo, mas um dia veio a mãe de Dolores conversar comigo. Em primeiro momento fiquei feliz e logo perguntei por Dolores e o que havia acontecido, pois estava preso e me encontrava em um hospital de recuperação para drogados, sendo que nunca usei droga alguma, foi quando me lembrei da moça simpática e dos drinks. A senhora começou a chorar do meu lado e havia em seus olhos uma revolta e ao mesmo tempo o por quê? Eu sem saber o que havia acontecido fui e perguntei: “Por que chora? E me crucifica com o olhar? O quê fiz para tanto ódio e tristeza, pois estou aqui sem saber o dia do mês que estou vivendo?
Quando ela resolveu falar que Dolores havia falecido na festa de overdose, fiquei em choque e que eu estava do seu lado inconsciente e totalmente drogado. Fiquei louco, como? “Eu não faço uso de drogas, colocaram em minha bebida e eu não conhecia ninguém naquela festa, fui convidado por Dolores, ela sim conhecia todos.” Comecei a falar, gritar e não me lembro o que aconteceu  depois, fiquei desacordado por dias.
Permaneci preso naquele hospital injustamente, tudo que falava para me defender era levado contra mim. Minha família pouco me visitava, enlouqueci naquele lugar e hoje sou um fraco que infringi as Leis de Deus, pois fui covarde, não encontrei mais palavras para me defender e provar a minha inocência.
Fui tratado como um assassino e cruel, fui condenado por trafico e homicídio, depois do julgamento fui colocado em uma cadeia horrível, imunda e não tinha como sobreviver em tal lugar.
Tirei minha vida consciente da minha inocência e um criminoso para Deus.  
    
Luiz Teixeira.

 Psicografia recebida em 2018.
             Médium: M. Nicodemos.

sábado, 9 de junho de 2018

A MORTE  NUNCA EXISTIU


Venho narrar minha  experiência para que os desavisados saibam um pouco mais da vida.
    Ouvíamos ao longe os sons do fronte de batalha. Todos  os companheiros expressavam um olhar de pavor. Aguardávamos nossa ora, hora que não desejávamos.
    No tique-taque do relógio, não sei bem qual, o comandante ordenou nossa partida. Alta noite; faces transtornadas pelo pavor...
    A cantilena de dor logo se fez presente. De arma pronta fomos nós.
    Tive tempo de poucas reflexões: quem vou matar? Por que vou matar?
    A escuridão,  o frio e o som da guerra tornava o ambiente assustador. Não sei o tempo que durou mas, de repente, senti algo muito estranho. Não descrevo minha estranheza por falta exata dos fatos, embora, asseguro que, sentia-me vivo.
    Soube mais tarde que já não pertencia a terra, apesar de continuar vivo.
    Quero aqui, não descrever os horrores da guerra, pretendo com esta singelas linhas, contar para todos, em particular para os  que acham que tudo acaba no túmulo que a vida continua. A morte nunca existiu.
    Termino dizendo que, vivam com responsabilidade, com amor ao próximo, com ações construtivas e sabedores de que a cada um cabe tarefa na terra. Obrigado por essa oportunidade. Rogo a Jesus a proteção para todos vocês.

Um irmão que sobreviveu a morte.

Psicografia recebida em 2018.
Médium: Aldo.

sexta-feira, 1 de junho de 2018


MEDO  DA   MORTE


A partida é inevitável, portanto o nosso preparo para a partida começa imediatamente após a nossa chegada.
Preparemo-nos então, tentando viver cada dia como se fosse o último. Qualquer um está para morrer independentemente da idade, basta que estejamos vivos que podemos morrer.
Somos no plano espiritual o que fomos aí, nem mais nem menos.
Se a vida foi pautada na caridade, no amor ao próximo e no cumprimento dos deveres não há o que temer.
Seremos recebidos pelos que nos antecederam e que amamos, ninguém fica desamparado, o auxilio chega para todos, mais dia menos dia.
Portanto digo-lhes uma coisa, ter medo da morte é ter medo da própria vida. Imagine quantas vezes já passamos por esse processo.
Já vivemos e voltamos inúmeras vezes, não há porque temer.
Quem vive regradamente e com fé em Jesus, é com toda certeza que estará amparado.     
E a alegria do reencontro dos que nos precederam é muito maior do que  a alegria do reencontro na carne, pois que aqui estamos somete de passagem, o nosso verdadeiro lar é a Pátria Espiritual.

João de Jesus.

             Psicografia recebida em 2018.                                      
             Médium: Débora.