EU QUERIA VIVER
Era como se uma espada perpassasse meu peito e varasse do outro lado. Meu tórax doía e eu não sabia precisar o que estava acontecendo.
Era um dia tão bonito e o passeio seria muito gratificante. Todos estavam ansiosos pela chegada ao lugar aprazado. Mas o que? Não chegava nunca e não chegou.
Lembro-me que com essa dor apavorante eu estava saindo de meu corpo e podia vê-lo. Estava preso nas ferragens do carro. Socorro! Socorro! Eu pedia, mas ninguém me ouvia. Nada do socorro. Os outros que estavam no carro comigo, estavam feridos levemente e apavorados pediam por socorro. Eu já não podia ver nada. Meus olhos se embaciaram e eu comecei a ter medo de que não voltasse a ver novamente.
Dormi. Acordei em um necrotério, deitado sobre um mármore frio, o peito dilacerado, mas era eu mesmo que ali estava. Por quê? Por quê? Meu Deus! Eu morri e aguardava que liberassem meu corpo, me vestissem e que meus familiares me velassem.
No velório foi horrível! Sofri demais porque uns diziam que eu estava bêbado e por isso houve o acidente. Outros diziam que eu era mesmo inconsequente e que mais cedo ou mais tarde aconteceria. Eu queria dizer que isso não era verdade! Eu queria viver. Eu ainda não cumpri tudo que queria...
Mas na hora do enterro, eis que veio uma comitiva em que fazia parte um médico amigo da família.
Este sim me deu um socorro, conversou comigo e pediu que eu dormisse tranquilamente, pois a morte não existia! Como não existia, se eu morri... Foi quando minha mãezinha veio e me aconchegou em seus braços e eu dormi.
Hoje faço tratamento de recuperação numa casa transitória no mundo espiritual, estou consciente e às vezes vejo programas de teor espiritual.
Não estou com minhas capacidades normais, mas já estou me recuperando.
Rogo a minha família que pense e mim não como uma pessoa irresponsável, mas como alguém que está aprendendo a ter responsabilidade.
Graças a Deus por tudo.
Robson.
Psicografia. Republicação em 2022.
Médium: Catarina.
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