NO MORRO DA SERRA DO CIPÓ
Meu barraco era no morro da Serra do Cipó.
Eram tão belas a manhãs
Banhadas da luz do sol.
De tarde eu me assentava
No meu banquinho de tábua
Ia pensando sem parar
Como seria tão bom se as coisas nunca se acabá.
Se os home tudo fosse bons
Se as mulheres criassem
Seus filhos com educação
Ensinando a trabalhar.
E eu continuo pensando
O que será que existe
Depois da vida da gente?
E que a morte persiste.
Levando nossos pais,
Nossos amigos também.
Pra onde eles vão indo
Será que vão para o além?
Um passarinho que voa
Um gado que berra ao longe
O galo que sempre canta
Quando o dia amanhace...
Depois o que seria
Se todo mundo vai morrer?
E eu continuo pensando
Será que eu vou viver?
Olho ao lado e vejo
Uma cruz cravada no chão.
E vejo que é uma cova
Que dentro tem um caixão.
Olho o que está escrito nela
E me amedronto,
Meu Deus é meu nome que ali está!
Será que eu estou doido?
Vejo a meu lado um senhor
Do meu lado se assentá.
Ele me convida a ir morar em outro lugar.
Onde a vida não acaba e nada vai acabar.
Um espírito presente.
Psicografia recebida em 05/2025.
Médium: Catarina.